São Paulo, domingo, 22 de junho de 2008

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Manual carimbado valoriza usado em 5%

Fazer revisão em autorizadas fornece histórico do carro, mas alto preço de mão-de-obra afasta motoristas

CELSO DE CAMPOS JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com a grande oferta de usados, a manutenção torna-se um diferencial decisivo na hora da revenda. Mas como provar que um carro teve cuidados adequados ao longo dos anos?
Em um mercado caracterizado pela desconfiança generalizada, o melhor argumento ainda é o manual carimbado -o que mostra que as revisões foram feitas na concessionária e, de quebra, vale uma pequena valorização do veículo.
"O manual carimbado é de grande valia para um carro com três, quatro anos de uso. Com ele, tem-se um histórico bem objetivo, sabe-se que passou pelos processos de revisões da garantia. Isso dá ao veículo maior valor agregado na negociação", diz George Assad Chahade, presidente da Assovesp (Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado de São Paulo).
"Em média, um seminovo com manutenção comprovadamente feita nas autorizadas pode ter uma valorização de até 5% em relação a um similar com manutenção em oficina particular", completa.
É exatamente esse o motivo que faz o empresário Eduardo Antonio Gouveia dos Santos, 47, buscar só carros com revisões chanceladas. "A manutenção nas concessionárias dá segurança. Prefiro não sair fora de onde tenho confiança para evitar ser enganado", diz ele, que faz questão de realizar toda a manutenção em autorizadas.
No entanto esse exemplo não é seguido nem mesmo pelos donos de carros que ainda estão dentro do período de garantia. "Cerca de 50% dos carros que chegam aqui não têm os carimbos das revisões", calcula o revendedor José Tuba, da Tuba Comércio de Veículos.
Para ele, a razão desse índice é o alto custo da manutenção na rede oficial. "A mão-de-obra é gratuita na garantia, mas o preço cobrado para trocas de peças, por exemplo, é abusivo. Aí o sujeito faz a primeira, faz a segunda e desiste porque qualquer serviço que custe R$ 80 não sai por menos de R$ 500."
Procurada pela Folha, a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) não se pronunciou. Segundo Alessandro Sdei, da oficina Box 5, a diferença é causada pelos altos custos fixos das concessionárias, como o aluguel em ruas estratégias.


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