São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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ESPORTE

Regras são desrespeitadas, e fiscalização não é eficiente; já houve dois acidentes com atletas

Atenas "esconde" trânsito caótico

DA REDAÇÃO

Quem assiste aos Jogos Olímpicos de Atenas não imagina que, fora de estádios, campos e arenas, os atletas precisam enfrentar um dos piores trânsitos do mundo. A capital grega registra a média de 70 motoqueiros mortos por mês, enquanto São Paulo tem a metade, segundo números de 2003.
O número de policiais de trânsito triplicou durante a Olimpíada. Mas isso não significa que os motoristas estejam mais obedientes nem a fiscalização mais eficiente. Na abertura (dia 13), dois policiais, com o capacete na mão, não notaram a longa fila de carros pois estavam atentos a uma tela gigante que transmitia o evento.
"Essa é uma experiência única na vida, um pouco de trânsito não é o fim do mundo", disse um policial que não quis se identificar. Também é comum ver motoqueiros sem capacete -ainda que haja multa de 150- e carros passando com o semáforo vermelho.
Além disso, os atenienses protestam contra as faixas exclusivas para os carros credenciados pelo comitê organizador. Um taxista reclama que ele não pode entrar na área reservada nem mesmo para deixar um passageiro que vai a uma competição sob o risco de ter de pagar o equivalente a R$ 580. Em nome da segurança, aumentaram as restrições aos locais onde é permitido estacionar.
Toda essa confusão já causou dois acidentes, envolvendo três atletas. No domingo passado, o velejador dinamarquês Niklas Holm, 23, atropelou um homem. "Estava dirigindo a 50 km/h. Havia muito trânsito e não tinha indicação de travessia de pedestres. De repente, ouvi um barulho, e o pára-brisas estava quebrado", disse o atleta. Segundo a delegação da Dinamarca, o homem entrou na linha reservada.
O outro acidente envolve uma "escapada" do exame de doping e foi protagonizado pelos heróis nacionais Kostas Kenteris, 31, e Ekaterini Thanou, 29, medalhistas do atletismo em Sydney-2000. Na madrugada do dia 13, a moto deles derrapou em Glifada, zona costeira onde jovens se reúnem nas noites de verão. Eles ficaram quatro dias hospitalizados.


Com agências internacionais


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