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São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2003

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ENERGIA

Veículo a gasolina, álcool e gás promete mais potência, mas deve demorar ao menos 2 anos para chegar ao mercado

Empresas já testam carro tricombustível

Divulgação
Volkswagen Polo com motor preparado pela Bosch para funcionar com gasolina, álcool ou gás


ARMANDO PEREIRA FILHO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO

Depois dos carros bicombustíveis -lançados comercialmente neste ano-, o mercado já se mexe para oferecer os tricombustíveis. Duas empresas, Bosch e Magneti Marelli, apresentaram a novidade no 12º Congresso e Exposição Internacional de Tecnologia da Mobilidade SAE Brasil, na semana passada em São Paulo.
Os carros bicombustíveis funcionam com gasolina, álcool ou qualquer mistura dos dois juntos. Os tricombustíveis aproveitam também o gás natural.
Hoje já é possível um carro bicombustível receber um kit a gás numa oficina independente. A novidade é que o produto poderia vir instalado de fábrica ou pronto para a adaptação, com mais potência, segundo as empresas.
Outra vantagem, conforme as companhias, é que há menos componentes eletrônicos, e eles estão unificados, diferentemente dos kits, que exigem adaptações isoladas e mais caras. Um kit de qualidade, atualmente, custa entre R$ 2.500 e R$ 4.500.

Desempenho
Normalmente, um carro movido a gás tem potência de 20% a 30% menor em relação à gasolina. Isso acontece porque o gás precisa ser mais comprimido para gerar energia. A Bosch pretende resolver o problema usando um turbo -o ar é sugado com mais força para o motor, chegando a uma compressão melhor.
A Bosch divulga que, num protótipo europeu da Opel (Chevrolet na Europa), com turbo, a potência de 100 cv (a gasolina) subiu 50% com gás, chegando a 150 cv.
No Brasil, esse protótipo de turbo só deve ser apresentado no primeiro semestre do próximo ano. A Bosch montou um protótipo num Volkswagen Polo 1.6, mas sem turbo. A mudança de combustível é feita por uma chave, como nos kits atuais. A perda de potência continua evidente quando o carro usa gás.
Não foi divulgado o custo do produto, que não terá venda avulsa. A Bosch avalia que o equipamento chegue ao mercado em dois anos, mas nenhuma montadora comprou o sistema ainda.
A Magneti Marelli chama seu sistema de tetracombustível porque considera que ele funciona com gasolina brasileira (misturada com álcool), nafta (como é chamada a gasolina sem álcool na Argentina), álcool e gás. Sem usar turbo, a companhia afirma conseguir manter a potência do carro, regulando a pressão do gás. O sistema também não foi vendido para nenhuma montadora ainda.



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