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peças & acessórios
Castrol e Mobil lançam óleo "flexível"
Montadoras de carros bicombustíveis ignoram e dizem que óleo comum faz o mesmo efeito
DA REPORTAGEM LOCAL
Escolher óleo para o motor
do carro está ficando tão complexo quanto apontar um xampu para cada tipo de cabelo. Há
sempre algo mais específico.
Sabendo que a maioria dos
consumidores não diferencia
um lubrificante mineral de um
sintético (refinado em laboratório), a Mobil e a Castrol fizeram seus departamentos de
marketing e engenharia trabalharem para criar óleos rotulados para carros flexíveis.
Apesar de montadoras ignorarem esse tipo de óleo, a Castrol diz que há benefícios para
os motores que usam álcool, gasolina ou a mistura dos dois em
qualquer proporção.
"Existem diferentes contaminantes que se misturam ao
óleo, dependendo do tipo de
combustível que é utilizado no
motor. Desenvolvemos aditivos específicos para minimizar
os resíduos", afirma Anderson
Cerca, engenheiro da Castrol.
Tanto o Castrol GTX Ecoflex
como o Mobil Super Flex são
produtos lançados apenas para
o mercado de reposição, como
postos de troca e oficinas.
Segundo Carlos Henrique
Ferreira, assessor técnico da
Fiat, a montadora ainda não
testou esses lubrificantes e não
os considera necessários.
"É como a gasolina aditivada,
que pode até ser melhor, mas a
comum é mais barata e atende
perfeitamente às especificações dos veículos."
Já Rogério Couto, operador
de garantia da Brabus, concessionária Mitsubishi, diz que irá
recomendar o uso do óleo da
Castrol para o Pajero TR4 Flex.
"Ele tem a mesma especificação semissintética do lubrificante original", compara.
Mais caros, os óleos sintéticos também são mais eficientes, principalmente em baixas
temperaturas. No Brasil, cerca
de 60% dos consumidores ainda preferem os óleos minerais,
que custam a metade -a partir
de R$ 15 (o litro).
Manutenção
"Mas os semissintéticos estão em ascensão por recomendação das montadoras", afirma
Lúcio Almeida, coordenador de
marketing da Mobil, que diz ver
inexplorado o nicho dos lubrificantes para o carro "flex".
Segundo a Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de
Veículos Automotores), no ano
passado, dos 2,82 milhões de
automóveis emplacados, 87%
eram modelos flexíveis. Até
2013, a previsão é que a tecnologia atinja 52% da frota total.
Entretanto, essa ideia de as
empresas de lubrificantes explorarem novos nichos é antiga. Nos anos 80, com a ascensão
do Pró-álcool, a Petrobras lançou o extinto Lubrax Álcool.
Para Marcelo Pires, consultor técnico da Center Lube
(centro de troca de óleo), a longevidade do motor depende do
cuidado com a lubrificação.
"Por isso é importante realizar as trocas nos intervalos recomendados pela montadora,
que também informa, no manual, a especificidade do óleo e
a do filtro [de óleo]", aconselha.
(FELIPE NÓBREGA)
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