São Paulo, domingo, 24 de maio de 2009

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peças & acessórios

Castrol e Mobil lançam óleo "flexível"

Montadoras de carros bicombustíveis ignoram e dizem que óleo comum faz o mesmo efeito

DA REPORTAGEM LOCAL

Escolher óleo para o motor do carro está ficando tão complexo quanto apontar um xampu para cada tipo de cabelo. Há sempre algo mais específico.
Sabendo que a maioria dos consumidores não diferencia um lubrificante mineral de um sintético (refinado em laboratório), a Mobil e a Castrol fizeram seus departamentos de marketing e engenharia trabalharem para criar óleos rotulados para carros flexíveis.
Apesar de montadoras ignorarem esse tipo de óleo, a Castrol diz que há benefícios para os motores que usam álcool, gasolina ou a mistura dos dois em qualquer proporção.
"Existem diferentes contaminantes que se misturam ao óleo, dependendo do tipo de combustível que é utilizado no motor. Desenvolvemos aditivos específicos para minimizar os resíduos", afirma Anderson Cerca, engenheiro da Castrol.
Tanto o Castrol GTX Ecoflex como o Mobil Super Flex são produtos lançados apenas para o mercado de reposição, como postos de troca e oficinas.
Segundo Carlos Henrique Ferreira, assessor técnico da Fiat, a montadora ainda não testou esses lubrificantes e não os considera necessários.
"É como a gasolina aditivada, que pode até ser melhor, mas a comum é mais barata e atende perfeitamente às especificações dos veículos."
Já Rogério Couto, operador de garantia da Brabus, concessionária Mitsubishi, diz que irá recomendar o uso do óleo da Castrol para o Pajero TR4 Flex.
"Ele tem a mesma especificação semissintética do lubrificante original", compara.
Mais caros, os óleos sintéticos também são mais eficientes, principalmente em baixas temperaturas. No Brasil, cerca de 60% dos consumidores ainda preferem os óleos minerais, que custam a metade -a partir de R$ 15 (o litro).

Manutenção
"Mas os semissintéticos estão em ascensão por recomendação das montadoras", afirma Lúcio Almeida, coordenador de marketing da Mobil, que diz ver inexplorado o nicho dos lubrificantes para o carro "flex".
Segundo a Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), no ano passado, dos 2,82 milhões de automóveis emplacados, 87% eram modelos flexíveis. Até 2013, a previsão é que a tecnologia atinja 52% da frota total.
Entretanto, essa ideia de as empresas de lubrificantes explorarem novos nichos é antiga. Nos anos 80, com a ascensão do Pró-álcool, a Petrobras lançou o extinto Lubrax Álcool.
Para Marcelo Pires, consultor técnico da Center Lube (centro de troca de óleo), a longevidade do motor depende do cuidado com a lubrificação.
"Por isso é importante realizar as trocas nos intervalos recomendados pela montadora, que também informa, no manual, a especificidade do óleo e a do filtro [de óleo]", aconselha.
(FELIPE NÓBREGA)


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