São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2008

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peças & acessórios

Teoria é 1º passo para entrar na lama

Apesar do aumento de 50% nas vendas de picapes, proprietários não sabem usar recursos

DA REPORTAGEM LOCAL

Se o mercado de automóveis novos está contente com o crescimento das vendas, o de picapes médias e utilitários esportivos dá pulos de alegria.
De janeiro a julho, as vendas de picapes cresceram 50% -de 37.248 (2007) para 55.654 unidades. A Mitsubishi L200, por exemplo, que ganhou reforço da versão Triton em novembro, teve alta de 91% neste ano, segundo dados da Fenabrave (federação das concessionárias).
Muitas montadoras, porém, afirmam que a maioria dos clientes de picapes médias não sabe como usar a tração nas quatro rodas. Alguns nem sabem onde ela é acionada.
"Para quem quer aprender a guiar um 4x4, o melhor é fazer um curso de pilotagem fora-de-estrada", aconselha Fernando Molinari, do Jeep Clube Comando Oeste, que promete levar cintas de reboque para tirar os novatos de atoleiros.
Das montadoras, só a Nissan oferece cursos "off-road" de verdade. Há obstáculos como fosso de lama, caixas de pedras, inclinação lateral, rampa, entre outros, realizados em um dia de curso na Base 84, em Itu (103 km a noroeste de São Paulo).

Dicas
Já a Toyota e a Mitsubishi têm competições leves aos finais de semana para clientes, que aprendem noções básicas de navegação e de tração nas quatro rodas com reduzida.
São gratuitas -basta levar alimentos não-perecíveis- e acontecem em várias cidades do país (veja quadro ao lado).
Julio Florez, vice-presidente do Jeep Clube do Brasil, aconselha o iniciante a, além de fazer cursos de pilotagem, começar nas trilhas como passageiro de alguém experiente. Só depois deve-se assumir o volante. "E nunca sozinho", comenta.
Dono de um Jeep CJ-5 1970, ele diz que é difícil indicar um carro ideal, mas explica que "a capacidade de enfrentar desafios fora-de-estrada depende do modelo e dos equipamentos, como pneus específicos, guinchos e gaiolas de proteção".
Para Florez, as picapes médias são veículos polivalentes e têm bons resultados na trilha, mas quem quer um uso mais severo deve procurar modelos do tipo "puro e duro", como os antigos Jeep, Engesa e Toyota Bandeirante ou os atuais Troller T4 e Agrale Marruá.
Além do preço e da vocação "off-road", a diferença entre as picapes e os jipes está no custo de manutenção. "Eles [jipes] sempre são usados em situações-limite e, devido ao tipo de construção e à escala de produção, têm peças caras."
(FABIANO SEVERO)


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