São Paulo, domingo, 25 de março de 2007

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peças & acessórios

Esquecido, amortecedor gasto prejudica frenagem

É preciso trocar peça a cada 40.000 km para não prejudicar a segurança

DA REPORTAGEM LOCAL

Diferentemente do óleo, os amortecedores e as buchas de suspensão não costumam despertar o interesse do motorista na vistoria. Mas, em mau estado, prejudicam a frenagem e fazem a carroceria oscilar.
Uma pesquisa da Monroe feita em 2006 com 5.100 carros em todo o Brasil mostrou que 31% deveriam trocar os amortecedores e que outros 25% os têm totalmente condenados.
A cada quilômetro, os amortecedores se comprimem mais de 2.500 vezes para estabilizar o movimento da suspensão e controlar a oscilação da mola. Além de dar conforto, isso serve para manter os pneus em contato com o solo, diz Antônio Sérgio Colla, chefe do centro de engenharia de amortecedores da Magneti Marelli Cofap.
Colla explica que, a olho nu, só é possível identificar avarias caso haja vazamento de óleo ou hastes empenadas. "Se o óleo vazar, o amortecedor poderá até fazer um ruído metálico."
Esse atrito interno aumenta o risco de aquaplanagem (perda de aderência na água) e o balanço excessivo da carroceria, além de levar à perda de estabilidade. Isso é evitado se os amortecedores forem trocados a cada 40 mil quilômetros.
"Dependendo do terreno, pode-se rodar mais ou menos", diz Colla, que tampouco aconselha a substituição de só um amortecedor. "É preciso trocar os dois do mesmo eixo. Se o carro tem mais de 20 mil quilômetros, é melhor trocar todos."
Para Ecaterina Grigulevitch, gerente de marketing da Monroe, a má condição do piso é a principal responsável pela vida útil reduzida do amortecedor. "A 50 km/h, amortecedores 50% eficientes podem aumentar em 2 m o espaço de frenagem", diz Grigulevitch.
O dentista Geraldo Silva Cruz, 44, rodou 68 mil quilômetros com seu Chevrolet Celta 2005 sem saber do prazo indicado de troca. "Não sentia diferença, mas o mecânico disse que os amortecedores já haviam estourado há tempos."
O transportador escolar Adonias Facio, 44, também passou do prazo de troca. Rodou 265 mil quilômetros com os amortecedores originais de sua Hyundai H100 1997. "Só troquei porque preciso fazer uma vistoria para o transporte de passageiro", confessa Facio.

Recondicionados
Colla e Grigulevitch alertam para o perigo dos recondicionados. "O comum é pintar a haste, trocar o óleo específico pelo de caixa de câmbio e vender o amortecedor como novo", afirma a gerente da Monroe.
Colla acrescenta que o perigo aparece em válvulas (controlam o fluido) e retentores (vedam a haste), danificados pelo cavaco. Essa espécie de pó de aço entra no amortecedor pelo furo por onde sai o óleo velho.
"Só os fabricantes conhecem a calibragem de cada carro, mas é economicamente inviável que eles recondicionem as peças", diz Colla. (FABIANO SEVERO)


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