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peças & acessórios
Esquecido, amortecedor gasto prejudica frenagem
É preciso trocar peça a cada 40.000 km para não prejudicar a segurança
DA REPORTAGEM LOCAL
Diferentemente do óleo, os
amortecedores e as buchas de
suspensão não costumam despertar o interesse do motorista
na vistoria. Mas, em mau estado, prejudicam a frenagem e fazem a carroceria oscilar.
Uma pesquisa da Monroe feita em 2006 com 5.100 carros
em todo o Brasil mostrou que
31% deveriam trocar os amortecedores e que outros 25% os
têm totalmente condenados.
A cada quilômetro, os amortecedores se comprimem mais
de 2.500 vezes para estabilizar
o movimento da suspensão e
controlar a oscilação da mola.
Além de dar conforto, isso serve para manter os pneus em
contato com o solo, diz Antônio
Sérgio Colla, chefe do centro de
engenharia de amortecedores
da Magneti Marelli Cofap.
Colla explica que, a olho nu,
só é possível identificar avarias
caso haja vazamento de óleo ou
hastes empenadas. "Se o óleo
vazar, o amortecedor poderá
até fazer um ruído metálico."
Esse atrito interno aumenta
o risco de aquaplanagem (perda de aderência na água) e o balanço excessivo da carroceria,
além de levar à perda de estabilidade. Isso é evitado se os
amortecedores forem trocados
a cada 40 mil quilômetros.
"Dependendo do terreno, pode-se rodar mais ou menos",
diz Colla, que tampouco aconselha a substituição de só um
amortecedor. "É preciso trocar
os dois do mesmo eixo. Se o carro tem mais de 20 mil quilômetros, é melhor trocar todos."
Para Ecaterina Grigulevitch,
gerente de marketing da
Monroe, a má condição do piso
é a principal responsável pela
vida útil reduzida do amortecedor. "A 50 km/h, amortecedores 50% eficientes podem aumentar em 2 m o espaço de frenagem", diz Grigulevitch.
O dentista Geraldo Silva
Cruz, 44, rodou 68 mil quilômetros com seu Chevrolet Celta 2005 sem saber do prazo indicado de troca. "Não sentia diferença, mas o mecânico disse
que os amortecedores já haviam estourado há tempos."
O transportador escolar Adonias Facio, 44, também passou
do prazo de troca. Rodou 265
mil quilômetros com os amortecedores originais de sua
Hyundai H100 1997. "Só troquei porque preciso fazer uma
vistoria para o transporte de
passageiro", confessa Facio.
Recondicionados
Colla e Grigulevitch alertam
para o perigo dos recondicionados. "O comum é pintar a haste,
trocar o óleo específico pelo de
caixa de câmbio e vender o
amortecedor como novo", afirma a gerente da Monroe.
Colla acrescenta que o perigo
aparece em válvulas (controlam o fluido) e retentores (vedam a haste), danificados pelo
cavaco. Essa espécie de pó de
aço entra no amortecedor pelo
furo por onde sai o óleo velho.
"Só os fabricantes conhecem
a calibragem de cada carro, mas
é economicamente inviável
que eles recondicionem as peças", diz Colla.
(FABIANO SEVERO)
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