São Paulo, domingo, 25 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

peças & acessórios

Ponto cego é maior nos compactos

Estudo do Cesvi Brasil avalia a visibilidade total dos principais automóveis do mercado

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A falta de visibilidade dos motoristas é uma das principais causas de acidentes no trânsito. Todos os dias, condutores são surpreendidos por motos ou mesmo por outro veículo que não viram no retrovisor. É o chamado ponto cego.
O taxista Dênis Damasco, 52, dirige, há 15 anos, seis horas por dia e diz ainda ficar assustado. "Você olha no retrovisor e não vê nada. De repente, o motociclista está em cima do seu carro. Parece fantasma", conta.
Marcelo Augusto Leal Alves, coordenador da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), explica que não há como eliminar o ponto cego, mas, para diminuí-lo, é preciso regular o retrovisor externo de forma que o próprio carro, refletido, desapareça.
"Dessa forma, o motorista terá uma visão maior do corredor de trânsito, e o ponto cego estará mais distante do veículo, o que aumenta a visibilidade ao redor do carro", diz Alves.
É difícil, porém, encontrar quem tenha esse cuidado. O piloto Ingo Hoffmann, instrutor de cursos de direção defensiva da BMW, conta que os condutores chegam despreparados.
"A gente mostra como deve ser o posicionamento correto do motorista dentro do carro, regulando a altura do banco e os espelhos retrovisores. A pessoa tem de ter consciência de que não pode sair dirigindo um veículo que estava configurado para outra pessoa", alerta.
Para aumentar o campo de visão dos motoristas, as montadoras japonesas, nos anos 70, até instalaram retrovisores sobre os pára-lamas. Por estética, eles não duraram muito.

Cesvi
O Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária) analisou as condições de visibilidade traseira, lateral e frontal de 88 modelos à venda no mercado. Quanto maior o ponto cego, menor é a nota, que vai de zero a cinco.
Segundo Feliciano Félix, analista técnico do Cesvi, os modelos compactos tiveram notas piores do que as dos médios. "Nos pequenos, para ganhar espaço interno, o banco do motorista é colocado muito próximo à lateral do carro, o que reduz o campo de visão."
Em geral, o modelo sedã leva vantagem. "Quanto mais comprido for o carro, mais distante o motorista estará do espelho, o que amplia a visão", diz Félix.
O novo Ford Ka teve o melhor desempenho entre os hatchs compactos. Entres os médios, o Cesvi deu nota máxima para o Peugeot 307, o Fiat Stilo, o Nissan Tiida, o Volvo C30 e o Audi A3 Sportback.
O Chevrolet Prisma ficou em primeiro entre os sedãs compactos, e o Mercedes C320, entre os sedãs médios.
De acordo com o Cesvi, os piores entre os hatchs compactos foram o Ford Fiesta, o Chevrolet Corsa e o Volkswagen Fox. O Chevrolet Astra teve a nota mais baixa entre os hatchs médios, assim como o Fiat Siena entre os sedãs. O Nissan Sentra e o Ford Fusion fecham a lista dos carros com a pior visibilidade. Veja o ranking completo no site do Cesvi.


NA INTERNET

www.cesvibrasil.com.br



Texto Anterior: Mais esportivo, Cayenne GTS quer ser cupê
Próximo Texto: Fique ligado
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.