|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
peças & acessórios
Ponto cego é maior nos compactos
Estudo do Cesvi Brasil avalia a visibilidade total dos principais automóveis do mercado
RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A falta de visibilidade dos
motoristas é uma das principais causas de acidentes no
trânsito. Todos os dias, condutores são surpreendidos por
motos ou mesmo por outro veículo que não viram no retrovisor. É o chamado ponto cego.
O taxista Dênis Damasco, 52,
dirige, há 15 anos, seis horas por
dia e diz ainda ficar assustado.
"Você olha no retrovisor e não
vê nada. De repente, o motociclista está em cima do seu carro. Parece fantasma", conta.
Marcelo Augusto Leal Alves,
coordenador da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), explica que
não há como eliminar o ponto
cego, mas, para diminuí-lo, é
preciso regular o retrovisor externo de forma que o próprio
carro, refletido, desapareça.
"Dessa forma, o motorista terá uma visão maior do corredor
de trânsito, e o ponto cego estará mais distante do veículo, o
que aumenta a visibilidade ao
redor do carro", diz Alves.
É difícil, porém, encontrar
quem tenha esse cuidado. O piloto Ingo Hoffmann, instrutor
de cursos de direção defensiva
da BMW, conta que os condutores chegam despreparados.
"A gente mostra como deve
ser o posicionamento correto
do motorista dentro do carro,
regulando a altura do banco e
os espelhos retrovisores. A pessoa tem de ter consciência de
que não pode sair dirigindo um
veículo que estava configurado
para outra pessoa", alerta.
Para aumentar o campo de
visão dos motoristas, as montadoras japonesas, nos anos 70,
até instalaram retrovisores sobre os pára-lamas. Por estética,
eles não duraram muito.
Cesvi
O Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária) analisou as condições de visibilidade traseira, lateral e
frontal de 88 modelos à venda
no mercado. Quanto maior o
ponto cego, menor é a nota, que
vai de zero a cinco.
Segundo Feliciano Félix,
analista técnico do Cesvi, os
modelos compactos tiveram
notas piores do que as dos médios. "Nos pequenos, para ganhar espaço interno, o banco
do motorista é colocado muito
próximo à lateral do carro, o
que reduz o campo de visão."
Em geral, o modelo sedã leva
vantagem. "Quanto mais comprido for o carro, mais distante
o motorista estará do espelho, o
que amplia a visão", diz Félix.
O novo Ford Ka teve o melhor desempenho entre os
hatchs compactos. Entres os
médios, o Cesvi deu nota máxima para o Peugeot 307, o Fiat
Stilo, o Nissan Tiida, o Volvo
C30 e o Audi A3 Sportback.
O Chevrolet Prisma ficou em
primeiro entre os sedãs compactos, e o Mercedes C320, entre os sedãs médios.
De acordo com o Cesvi, os
piores entre os hatchs compactos foram o Ford Fiesta, o Chevrolet Corsa e o Volkswagen
Fox. O Chevrolet Astra teve a
nota mais baixa entre os hatchs
médios, assim como o Fiat Siena entre os sedãs. O Nissan
Sentra e o Ford Fusion fecham
a lista dos carros com a pior visibilidade. Veja o ranking completo no site do Cesvi.
NA INTERNET
www.cesvibrasil.com.br
Texto Anterior: Mais esportivo, Cayenne GTS quer ser cupê Próximo Texto: Fique ligado Índice
|