São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006

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Só falta voar

Automóveis verão o que está à frente antes de decidir se é hora de frear ou acelerar

GERSON CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL

No filme "De Volta Para o Futuro 2", o personagem de Michael J. Fox viaja de 1985 até 2015, quando os carros voam como hoje andam. Em 2006, as montadoras não parecem ter nas aerovias sua prioridade.
O desenvolvimento de novas tecnologias em sistemas de segurança, combustíveis e tudo o que facilite a vida do motorista são as prioridades dos laboratórios que trabalham nos carros do futuro. O mais comum são veículos que "enxergam".
"Desenvolvemos os sistemas com um prazo de cinco a dez anos para que eles equipem os veículos", explica Paola Carrea, diretora de tecnologia do centro de pesquisas da Fiat na Itália. Entre os fatores para a "demora", estão a produção com custo razoável e a durabilidade.
A Fiat testa o carro elétrico Amica, que pode percorrer trajetos pré-programados sozinho e tem inteligência para frear se alguém atravessar a rua. Em seguida, ele acelera novamente.
No Audi Road Vision, mostrado no conceito Allroad, uma combinação de laser e infravermelho "lê" a superfície onde andará, fornecendo parâmetros mais precisos para os sistemas de segurança, como o controle de estabilidade, a fim de que eles saibam o que está à frente -água, neve, concreto.
O chamado olho de gato também foi desenvolvido pela alemã e pode identificar um pedestre que cruza a frente do carro e projetar sua imagem em uma tela. A idéia é evoluir para um modelo que possa frear e desviar o carro da trajetória.
A segurança aparece também nos carros da BMW e da Renault. Pela primeira vez, elas conseguiram interligar carros de diferentes marcas. Se o motorista enfrentar um acidente, pode acionar um botão no painel, que avisará quem estiver atrás e chamará a central de resgate mais próxima. O projeto deve se expandir, já que existe um consórcio do qual participam a Audi, a BMW, a Mercedes-Benz e a Volkswagen voltado para melhorar a comunicação entre os automóveis.
Já a alemã Hella, que faz luzes para a Audi e a Mercedes, entre outras, colocará no mercado europeu, em 2007, seu sistema de iluminação adaptativa por LEDs para os faróis dianteiros. Com sensores que detectarão o tipo de via, emitirão a melhor iluminação para a cidade, a estrada e com neblina.

Metal e combustível
No centro de pesquisa italiano, é desenvolvida uma mistura de níquel e titânio com a chamada "memória de forma", que pode ter as dimensões originais alteradas e retornar ao normal.
Nas atuais travas elétricas, por exemplo, é preciso um motor para puxar e voltar o pino. Com o uso de um "varão" feito desse metal, o motor some. Um botão altera sua temperatura para que a porta seja trancada.
Já a Honda avança com as células de combustível, que diferem dos carros elétricos "convencionais" por fornecer energia a partir do hidrogênio -ele pode ser retirado de várias fontes, como a água, mas seu armazenamento ainda é delicado-, não de baterias com níquel.
A terceira geração da estação caseira de energia da Honda retira o elemento químico do ambiente para abastecer um carro.


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