|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
peças & acessórios
Óleo da transmissão automática também deve ser substituído
Motorista ignora troca, que pode ser dispensada no veículo novo; para antigo, câmbio tem valor do carro
Renato Stockler/Folha Imagem
|
Mauro Caratin ficou parado no meio de uma rodovia porque o câmbio de seu A6 não engatava |
DA REPORTAGEM LOCAL
Cada vez mais, o câmbio automático vem agradando aos
brasileiros. Quase onipresente
nos carros importados, ele tem
expressiva participação nas
vendas de sedãs como o Toyota
Corolla e o Honda Civic. Mas
pouquíssimos motoristas fazem a manutenção da caixa de
marchas, que, basicamente,
consiste na troca de óleo.
Essa ação simples -todo o
serviço sai, em média, por
R$ 600- evita grandes prejuízos, como os R$ 9.000 que teve
de pagar o administrador Mauro Caratin, 45. Trafegando pela
rodovia Carvalho Pinto, seu
Audi A6 1998 parou. "Eu acelerava, e ele parecia estar em
ponto morto", recorda.
"Deixei de levá-lo à autorizada por causa dos preços. Não foi
negligência da Audi. Fui direto
a uma oficina recomendada,
pois achei que o orçamento ficaria alto na concessionária."
Segundo mecânicos consultados pela Folha, não trocar o
óleo é a principal fonte dos problemas. "Quando o óleo desgasta, perde as propriedades e
torna a vedação [da caixa] ineficiente, vazando. A primeira
conseqüência é a "patinação"
das marchas e alguns trancos
durante as trocas", explica
Marcus Vinicius Prado, 50, dono da Pradomatic.
"Recomendamos a troca do
fluído somente uma vez, aos 60
mil quilômetros. Até lá, há uma
acomodação das partes móveis
e maior desgaste do lubrificante", explica João Carlos Rodrigues, 43, supervisor de desenvolvimento de produtos da
DaimlerChrysler. "O problema
é a cultura do brasileiro, que se
preocupa só com óleo do motor
e a manutenção comum."
Para a Citröen, as trocas são
coisa do passado: "Em função
da evolução dos lubrificantes e
do acabamento das peças internas, que não "contaminam"
mais o óleo, nossos carros não
precisam mais de substituição,
apenas de verificação", esclarece Eduardo Grassiotto, 32, gerente de pós-vendas da marca.
Grassiotto ainda alerta para
hábitos prejudiciais: "No semáforo, não é preciso mudar de
"drive" para "neutral". Isso pode
aumentar a temperatura de
funcionamento e diminuir a vida útil do câmbio", alerta.
Sem peças
Dono de um Renault Laguna
1995, o consultor Roger Bardoe, 70, teve problemas com a
caixa automática e até mandou
e-mails para a matriz, na França, mas não obteve resposta.
"Aqui, me ofereceram a importação de uma transmissão por
R$ 19 mil." Ele não achou peças
e, aconselhado por uma oficina
independente, aceitou adaptar
o câmbio de outro carro.
História parecida viveu o médico Marcelo Burattini, 59. Dono de um Citröen Xantia 1999,
ele teve problemas na caixa de
câmbio e, segundo afirma, recebeu um orçamento de R$ 24
mil por uma nova transmissão.
(GERSON CAMPOS)
Texto Anterior: Mais jovem, Camry chega ao Brasil Próximo Texto: Outro lado: Montadoras dizem amparar cliente sempre Índice
|