São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006

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peças & acessórios

Óleo da transmissão automática também deve ser substituído

Motorista ignora troca, que pode ser dispensada no veículo novo; para antigo, câmbio tem valor do carro

Renato Stockler/Folha Imagem
Mauro Caratin ficou parado no meio de uma rodovia porque o câmbio de seu A6 não engatava


DA REPORTAGEM LOCAL

Cada vez mais, o câmbio automático vem agradando aos brasileiros. Quase onipresente nos carros importados, ele tem expressiva participação nas vendas de sedãs como o Toyota Corolla e o Honda Civic. Mas pouquíssimos motoristas fazem a manutenção da caixa de marchas, que, basicamente, consiste na troca de óleo.
Essa ação simples -todo o serviço sai, em média, por R$ 600- evita grandes prejuízos, como os R$ 9.000 que teve de pagar o administrador Mauro Caratin, 45. Trafegando pela rodovia Carvalho Pinto, seu Audi A6 1998 parou. "Eu acelerava, e ele parecia estar em ponto morto", recorda.
"Deixei de levá-lo à autorizada por causa dos preços. Não foi negligência da Audi. Fui direto a uma oficina recomendada, pois achei que o orçamento ficaria alto na concessionária."
Segundo mecânicos consultados pela Folha, não trocar o óleo é a principal fonte dos problemas. "Quando o óleo desgasta, perde as propriedades e torna a vedação [da caixa] ineficiente, vazando. A primeira conseqüência é a "patinação" das marchas e alguns trancos durante as trocas", explica Marcus Vinicius Prado, 50, dono da Pradomatic.
"Recomendamos a troca do fluído somente uma vez, aos 60 mil quilômetros. Até lá, há uma acomodação das partes móveis e maior desgaste do lubrificante", explica João Carlos Rodrigues, 43, supervisor de desenvolvimento de produtos da DaimlerChrysler. "O problema é a cultura do brasileiro, que se preocupa só com óleo do motor e a manutenção comum."
Para a Citröen, as trocas são coisa do passado: "Em função da evolução dos lubrificantes e do acabamento das peças internas, que não "contaminam" mais o óleo, nossos carros não precisam mais de substituição, apenas de verificação", esclarece Eduardo Grassiotto, 32, gerente de pós-vendas da marca.
Grassiotto ainda alerta para hábitos prejudiciais: "No semáforo, não é preciso mudar de "drive" para "neutral". Isso pode aumentar a temperatura de funcionamento e diminuir a vida útil do câmbio", alerta.

Sem peças
Dono de um Renault Laguna 1995, o consultor Roger Bardoe, 70, teve problemas com a caixa automática e até mandou e-mails para a matriz, na França, mas não obteve resposta. "Aqui, me ofereceram a importação de uma transmissão por R$ 19 mil." Ele não achou peças e, aconselhado por uma oficina independente, aceitou adaptar o câmbio de outro carro.
História parecida viveu o médico Marcelo Burattini, 59. Dono de um Citröen Xantia 1999, ele teve problemas na caixa de câmbio e, segundo afirma, recebeu um orçamento de R$ 24 mil por uma nova transmissão.
(GERSON CAMPOS)


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