São Paulo, domingo, 25 de outubro de 2009

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Na China, governo restringe moto e incentiva bicicletas elétricas

ARTHUR CALDEIRA
ENVIADO ESPECIAL A CHONGQING (CHINA)

A China é o maior produtor mundial de motos e já fabricou 25 milhões de unidades neste ano -13 vezes a produção do Brasil no mesmo período.
Nem por isso as motos têm permissão para rodar em qualquer lugar da China. O governo proíbe a circulação das motocicletas em rodovias e grandes cidades, como Xangai e Pequim.
O motivo? As motocicletas com capacidade cúbica entre 50 cm3 e 100 cm3 são perigosas, dizem os fabricantes, sem dar respostas objetivas sobre a regulamentação -Chongqing, a capital chinesa das motos, é uma rara exceção. Certo é que, nas rodovias, há placas brancas com uma diagonal vermelha sobre o ícone de uma moto.
Com isso, as bicicletas elétricas ganham espaço entre a população de 1,3 bilhão de habitantes, que busca um meio rápido e barato de se locomover.
Segundo o Instituto de Pesquisa de Motos e Bicicletas da China, a produção de bicicletas movidas por motores elétricos dobrou em quatro anos. Passou de 10 milhões de unidades em 2004 para 20 milhões no ano passado -57% da produção total de bicicletas.

Capacete
Em muitas regiões, as vendas de bicicletas elétricas ultrapassam as de motos. De 2005 a 2008, foram vendidos 80 milhões de veículos elétricos na China, entre bicicletas e "scooters", também populares por incentivo do governo chinês.
A diferença é que, em média, os motores elétricos na China encarecem as bicicletas em 3,5 vezes. No Brasil, esse número chega a sete vezes. Ou seja, uma bicicleta de R$ 300 sobe para R$ 2.000 com o kit de baterias.
Diferentemente do Brasil, lá não há legislação específica para as bicicletas elétricas. Por enquanto, são classificadas como bicicletas comuns, podem entrar na contramão e rodar e estacionar sobre a calçada.
Setas, lanternas e faróis não são obrigatórios. O capacete também não, apenas para motocicletas acima de 100 cm3.
Isso é o que está na lei, mas pouquíssimos motociclistas usam o acessório regularmente. E como a polícia não costuma multar, a lei perde força.

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