São Paulo, domingo, 26 de junho de 2011 |
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O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo. Jingle publicitário dirige interesse por carro Mais que o estilo ou proposta do auto, é a música das propagandas que define o público-alvo, dizem especialistas Trilha criada para o comercial do 307 Sedan chamou mais a atenção do que o próprio carro e virou até faixa de disco FELIPE NÓBREGA DE SÃO PAULO À mesa de um bucólico bistrô, a executiva questiona um jovem de terno sobre onde ele gostaria de estar em cinco anos. Nesse momento, o marasmo da cena é interrompido pelos acordes agudos da guitarra de Angus Young e pela aparição do sujeito ao volante do novo Fusion. Mas o quem tem a ver o pesado rock "Back in Black", do AC/DC, com o comportado sedã de luxo da Ford? "A música tem o objetivo de surpreender o telespectador", revela Mauricio Greco, gerente de comunicação de marketing da montadora. Mais do que isso, a trilha sonora de um comercial de carro aponta para quem o anúncio será dirigido, diz Serginho Rezende, produtor musical da Comando S e criador do jingle "Não Tem Cara de Tiozão", que deu vida ao Nissan Tiida, em 2007. No contexto dos filmes publicitários, o som é uma espécie de pano de fundo. Tanto que, em geral, é produzido antes mesmo das filmagens. Mas a trilha, a imagem e a história do comercial devem casar em perfeita harmonia para que o produto, no final, apareça como o grande protagonista do filme. Mas há casos em que a trilha se sobrepõe. Foi o que aconteceu com o Peugeot 307 Sedan, há três anos. O jingle "Let´s Go the Way You Know", feito para o comercial, destacou-se. Após vários pedidos, acabou ganhando mais estrofes e chegou ao álbum da cantora Patrícia Coelho. Já o carro, com fama de patinho feio, não fez sucesso. PARA INGLÊS OUVIR Apesar de a maioria dos automóveis vendidos no Brasil serem nacionais, grande parte de suas publicidades traz canções em inglês. Nem o fato de os modelos serem globais serve como desculpa. Segundo fabricantes, o posicionamento dos veículos difere conforme o mercado. Veja o caso do Civic: nos EUA, a Honda o vende como um automóvel compacto e barato. Aqui, ele é considerado um sedã "premium". Para Guga Ketzer, vice-presidente de criação da agência de publicidade Loducca, o excesso de trilhas em inglês ocorre porque as pessoas tendem a crer que tudo o que vem de fora é mais refinado. "A música brasileira, porém, também agrega sofisticação." Independentemente do idioma, o grande entrave é o custo. A reprodução temporária de uma canção famosa pode passar de R$ 100 mil, ou um quarto do valor médio de um comercial de carro. Nesse caso, o que se compra é a notoriedade e o contexto que a música agrega ao automóvel. Um bom exemplo é "Our House", do grupo inglês Madness. O hit dos anos 80, cujo refrão diz "nossa casa no meio da rua", dá o tom ao anúncio do Citroën C3 Picasso. FOLHA.com Veja o making of da produção da trilha do comercial do C4 Picasso folha.com/mm934446 Texto Anterior: Pense grande Próximo Texto: Na pista, sedãs se igualam em desempenho Índice | Comunicar Erros |
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