São Paulo, domingo, 26 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

TESTE FOLHA-MAUÁ

Mais barato, Edge agora tem sobrevida

Em 2008, "crossover" da Ford chegou no auge da crise e foi um mico de vendas; modelo 2011 custa R$ 122 mil

Dólar mais baixo faz Edge chegar do Canadá com preço competitivo e mais equipamentos, como um tal de Sync 2


FABIANO SEVERO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS

A vida do Ford Edge nunca foi fácil no Brasil. Ele chegou ao país, pela primeira vez, em novembro de 2008, exatamente no olho do furacão (ou da crise nos EUA).
Ninguém sabia ao certo como parear dólar e real. Em agosto, custava R$ 1,55; em dezembro, R$ 2,25. Resultado: a Ford acabou importando o "crossover" (mistura características de sedã e utilitário) caro demais do Canadá.
Por meses, custou cerca de R$ 150 mil, enquanto seu principal rival, o Chevrolet Captiva V6, chegava do México sem Imposto de Importação para custar R$ 100 mil.
O desfecho não poderia ser outro: em 2010, o Captiva vendeu por mês 1.200 unidades, o dobro do que o Edge vendeu no ano (600 carros).
Talvez por isso a Ford não goste de olhar para o Captiva como um rival "à altura" -apesar de, nos EUA, serem concorrentes declarados, inclusive em preço (US$ 29 mil). Aqui, a montadora prefere apontar a mira para Mitsubishi Pajero Full, Hyundai Veracruz e Toyota SW4.
Curioso que o Volvo XC60, outro rival de peso, não entra na lista da Ford. Mas deveria. Afinal, dele vieram "inspirações livres" como o console flutuante (vazado) e o aviso de ponto cego do Edge. E exatamente depois que o grupo Ford já havia vendido a marca Volvo para os chineses...
Seja como for, o "crossover" da Ford ficou melhor e mais equipado. Há seis airbags, ar-condicionado de duas zonas e uma tela de LCD de 8 polegadas já na versão básica (SEL), de R$ 122,1 mil.

SYNC O QUÊ?
Lucíola Almeida, gerente de marketing da Ford, aposta mais na nova versão Limited. Por R$ 142.610, ela traz também câmera de ré, teto solar, rodas de 20 polegadas e duas telas configuráveis ao lado do conta-giros.
É aí que mora um tal de Sync. A segunda geração do sistema multimídia desenvolvido pela Microsoft atrapalha mais do que ajuda. Para qualquer operação básica, é preciso entrar na pasta, selecionar o ícone entre tantos e escolher "on" ou "off".
Os alemães já entenderam que, para o controle de estabilidade e o sensor de estacionamento, por exemplo, é preciso ter um botão direto no painel, ainda que prejudique a bela laca preta do Edge.
Nele, onde não deveria ter botão, tem. As trocas sequenciais do câmbio de seis marchas são feitas num pequeno botão de "+" e "-" ao lado da alavanca. Joystick de PlayStation 3 é melhor...
O ótimo motor 3.5 V6, agora com duplo comando de válvulas variável e 289 cv, não merecia receber ordens de um reles botãozinho... A vida do Edge continua difícil.

A Ford cedeu o Edge para teste

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br; 0/xx/11/4239-3092


Texto Anterior: Outro lado: CET diz que irá tirar lombadas irregulares de SP
Próximo Texto: Nano é o popular que pouca gente quer
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.