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Dupla de ases
Folha testa come xclusividade os novos Polo e Fiesta, líderes na Europa e com data para chegar ao Brasil
FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A CASCAIS
Quando o primeiro Palio
foi lançado, em 1996, a Fiat
acreditava em um tal "carro
global". Com o tempo, percebeu que cada país tinha sua
preferência, seu gosto.
As montadoras criaram,
então, o conceito de "plataforma global": uma base dá
origem a diferentes carros.
Assim nasceram o Ford
Fiesta e o Volkswagen Polo,
avaliados com exclusividade
pela Folha na Europa.
O Polo vai além: divide,
pela primeira vez, a base
estrutural e mecânica com
um Audi, o novo A1.
E isso faz dele um carro
bom. Bom de guiar, de conviver, de ver. Não é à toa que,
em poucos meses, já divide a
liderança de vendas entre os
compactos com o...Fiesta.
E mais: o Polo, em novembro, foi eleito o carro do ano
2010 por jornalistas automotivos de 23 países, superando
Mercedes Classe E, BMW Série 5 GT e Porsche Panamera.
Tudo isso só instigava a conhecer melhor esse pequeno
Volks que será produzido na
fábrica de São Bernardo do
Campo (Grande SP).
A confirmação é do engenheiro Holger Baumann, líder de projeto do A1 na Alemanha. "No Brasil, não faremos o A1, mas o Polo, mais
barato, faz todo o sentido."
Os planos são para 2011.
Na Europa, porém, o Polo
a gasolina só vem com motores 1.2 (três cilindros) ou 1.4
(quatro cilindros). O testado
era o mais fraco, com 70 cv e
um pacto com o ambiente.
Nos 250 km de teste, o
computador de bordo apontava consumo de 14 km/l.
Em meio a um trânsito pesado e uma viagem pelos arredores de Berlim, dava tempo de reparar na qualidade
de construção do Polo.
Seu interior é simples, mas
moderno nos materiais. Lembra o do Golf 6 europeu.
Talvez por isso -e pelas
mantas de isolamento- deixa a cabine bem silenciosa
na estrada. Aliás, mais até
que o próprio irmão A1.
Dele, o Polo herda a "obrigação" de ter, de série, airbag
duplo, freio ABS e até controle de estabilidade.
No Brasil, isso será opcional. O motor vai ser o 1.6
EA111 (até 104 cv) já usado
hoje por quase todos os Volks
pequenos. Quem sabe dá para sonhar com o câmbio automático de sete marchas e
dupla embreagem (DSG)
usado pelo Polo 1.4 europeu?
FIESTA
Já a nova geração do compacto da Ford se transformou
na estrela do segmento logo
que debutou na Europa, no
início do ano passado.
Também acumula prêmios, a maioria de design,
como o título de carro mais
bonito do mundo (2009).
Com linhas externas sedutoras e interior criativo, nem
poderia ser diferente. Mas o
carro está longe de ser referência em luxo.
O fenômeno, aliás, lembra
o vivido pelo Peugeot 206 no
final dos anos 90.
A suspensão macia do
Ford, porém, proporciona
uma boa dose de conforto
-com a ajuda do asfalto liso
da cidade litorânea de Cascais (Portugal), onde o veículo foi avaliado.
Mas é o centro de gravidade baixo e o controle de estabilidade que o tornam obediente ao volante. Somado à
posição de dirigir esportiva,
faz o Fiesta brasileiro parecer
ainda mais careta.
As duas gerações, no entanto, vão conviver a partir
de outubro, quando o novo
Fiesta deverá ser importado
do México com o motor 1.6
Flex (115 cv) do Focus.
Apesar de não pagar Imposto de Importação, o novo
Fiesta custará cerca de R$ 50
mil -preço de Honda Fit 1.4.
A briga entres os compactos "premium" só esquenta
com a chegada do novo Polo.
Em julho, o Fiat Punto já se
arma com uma família de
motores 1.6 e 1.8 16V.
No entanto, Polo e Fiesta
farão ainda um segundo
round neste embate.
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