São Paulo, domingo, 27 de junho de 2010

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Dupla de ases

Folha testa come xclusividade os novos Polo e Fiesta, líderes na Europa e com data para chegar ao Brasil

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A CASCAIS

Quando o primeiro Palio foi lançado, em 1996, a Fiat acreditava em um tal "carro global". Com o tempo, percebeu que cada país tinha sua preferência, seu gosto.
As montadoras criaram, então, o conceito de "plataforma global": uma base dá origem a diferentes carros.
Assim nasceram o Ford Fiesta e o Volkswagen Polo, avaliados com exclusividade pela Folha na Europa.
O Polo vai além: divide, pela primeira vez, a base estrutural e mecânica com um Audi, o novo A1.
E isso faz dele um carro bom. Bom de guiar, de conviver, de ver. Não é à toa que, em poucos meses, já divide a liderança de vendas entre os compactos com o...Fiesta.
E mais: o Polo, em novembro, foi eleito o carro do ano 2010 por jornalistas automotivos de 23 países, superando Mercedes Classe E, BMW Série 5 GT e Porsche Panamera.
Tudo isso só instigava a conhecer melhor esse pequeno Volks que será produzido na fábrica de São Bernardo do Campo (Grande SP).
A confirmação é do engenheiro Holger Baumann, líder de projeto do A1 na Alemanha. "No Brasil, não faremos o A1, mas o Polo, mais barato, faz todo o sentido." Os planos são para 2011.
Na Europa, porém, o Polo a gasolina só vem com motores 1.2 (três cilindros) ou 1.4 (quatro cilindros). O testado era o mais fraco, com 70 cv e um pacto com o ambiente.
Nos 250 km de teste, o computador de bordo apontava consumo de 14 km/l.
Em meio a um trânsito pesado e uma viagem pelos arredores de Berlim, dava tempo de reparar na qualidade de construção do Polo.
Seu interior é simples, mas moderno nos materiais. Lembra o do Golf 6 europeu.
Talvez por isso -e pelas mantas de isolamento- deixa a cabine bem silenciosa na estrada. Aliás, mais até que o próprio irmão A1.
Dele, o Polo herda a "obrigação" de ter, de série, airbag duplo, freio ABS e até controle de estabilidade.
No Brasil, isso será opcional. O motor vai ser o 1.6 EA111 (até 104 cv) já usado hoje por quase todos os Volks pequenos. Quem sabe dá para sonhar com o câmbio automático de sete marchas e dupla embreagem (DSG) usado pelo Polo 1.4 europeu?

FIESTA
Já a nova geração do compacto da Ford se transformou na estrela do segmento logo que debutou na Europa, no início do ano passado.
Também acumula prêmios, a maioria de design, como o título de carro mais bonito do mundo (2009).
Com linhas externas sedutoras e interior criativo, nem poderia ser diferente. Mas o carro está longe de ser referência em luxo.
O fenômeno, aliás, lembra o vivido pelo Peugeot 206 no final dos anos 90.
A suspensão macia do Ford, porém, proporciona uma boa dose de conforto -com a ajuda do asfalto liso da cidade litorânea de Cascais (Portugal), onde o veículo foi avaliado.
Mas é o centro de gravidade baixo e o controle de estabilidade que o tornam obediente ao volante. Somado à posição de dirigir esportiva, faz o Fiesta brasileiro parecer ainda mais careta.
As duas gerações, no entanto, vão conviver a partir de outubro, quando o novo Fiesta deverá ser importado do México com o motor 1.6 Flex (115 cv) do Focus.
Apesar de não pagar Imposto de Importação, o novo Fiesta custará cerca de R$ 50 mil -preço de Honda Fit 1.4.
A briga entres os compactos "premium" só esquenta com a chegada do novo Polo. Em julho, o Fiat Punto já se arma com uma família de motores 1.6 e 1.8 16V.
No entanto, Polo e Fiesta farão ainda um segundo round neste embate.


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