São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

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Seguro e manutenção minam economia inicial

Seguradoras não aceitam motos de pequena cilindrada, e peças como bateria custam mais

ARTHUR CALDEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Achar que as motos são mais econômicas é válido em relação a combustível e tempo. Mas gastos com encargos legais, seguro e manutenção devem fazer o motorista colocar na ponta do lápis se vale a pena trocar as quatro pelas duas rodas.
O contador Dorival Mariani, 38, trocou seu Chevrolet Monza 2.0 por uma Yamaha Fazer YS 250 e vê como principal vantagem o tempo menor para perfazer os 9 km entre sua casa e o trabalho. "Levava cerca de 40 minutos de carro. Agora demoro, no máximo, 15 minutos."
Além disso, ele gastava cerca de R$ 60 para abastecer com álcool uma vez por semana. Na Fazer 250, coloca R$ 20 a cada 15 dias. Esses fatores bastaram para Mariani não usar mais seu carro para trabalhar.
O motociclista, porém, logo se assusta com o DPVAT (seguro obrigatório). Enquanto automóveis pagam R$ 84,55, motos, motonetas e ciclomotores têm o prêmio fixado em R$ 254,16. Porém o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) deles, no Estado de São Paulo, corresponde a 2% do valor venal; nos carros a gasolina, vai a 4%.
No caso de motos abaixo de 250 cm3, o motociclista acaba sendo "obrigado" também a economizar no seguro privado, pois a maioria das seguradoras nem sequer aceita modelos de baixa cilindrada. A Porto Seguro, por exemplo, foi a única entre as consultadas pela Folha a proteger a Honda CG 150 e a Yamaha XTZ 250 Lander.
Mas o valor do prêmio torna o seguro quase inviável. Cotada em R$ 11.390 pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), cuja tabela é usada pelas seguradoras como referência, o prêmio da Yamaha Lander é de R$ 2.527,46 -mais de 20% do valor do bem.

Manutenção
Outro item que deve ser levado em consideração é a manutenção. As pastilhas de freio dianteiras da Honda CG 150, por exemplo, têm preço médio de R$ 60, o mesmo valor cobrado pelo jogo do Volkswagen Gol 1.0. Já a bateria da CG 150 sai por R$ 155,60, enquanto a do Gol é vendida por R$ 356,50.
No caso de motos de maior porte, como a Yamaha Drag Star 650, as peças podem custar mais que as de carros como o Chevrolet Vectra. A bateria de uma Drag Star sai por R$ 764 ante R$ 450 da do sedã.
Os pneus, por outro lado, são mais baratos nas motos. O traseiro da Yamaha custa R$ 596. Para trocar os do Vectra, é preciso gastar R$ 760, já que se deve comprar um par.

R$ 465,74
é quanto a Honda cobra, sem a mão-de-obra, pela pastilha de freio dianteira de uma CB 600F Hornet, valor que despenca para R$ 170,91 para o Fit, fabricado pela mesma Honda; em compensação, substituir o retrovisor do monovolume sai por R$ 527,83 ante os R$ 96,96 cobrados pela peça da "naked"; há um certo equilíbrio de valores somente na troca do óleo, serviço que custa R$ 45,33 para a Hornet e R$ 56,56 para o Fit


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