São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

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Duelo das superesportivas

Mais barata, nova CBR 1000 RR anda mais que R1 e GSX-R 1000, mesmo menos potente

DA REPORTAGEM LOCAL

O velocímetro quase não mente: 162 km/h com a primeira marcha; 228 km/h com a segunda; 257 km/h com a terceira. E ainda há três marchas pela frente. Era o que apontava o painel digital da Honda CBR 1000 RR, que mal chegou ao Brasil e já encarou o teste Folha-Mauá contra as rivais Yamaha R1 e Suzuki GSX-R 1000.
Para testá-las ao extremo, a Folha convidou dois pilotos do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade: Gilson Scudeler, campeão em 2007 e líder em 2008, e Bruno Corano, que está em quinto lugar.
Macacões a postos, capacete afivelado, luva na mão e uma reza brava para vencer 1.500 m sem acidentes. Afinal, até 100 km/h as três superesportivas gastam pouco mais de 3s.
Na pista, a GSX-R é a primeira "cobaia". Scudeler demora para se acertar com os três mapeamentos do motor, ajustado por um botão. É o ponto forte da Suzuki, diz o piloto.
Na primeira passagem, a moto crava 4,42s de 0 a 100 km/h. O piloto muda do mapa "C" para o "A" e sente estar sobre "outra" moto. É 40 km/h mais rápida no fim da reta, e a aceleração cai para 3,48s. A roda da frente empina ainda em terceira marcha.
Corano, que compete com uma Suzuki e está acostumado à GSX-R 1000, baixa o tempo em 0,16s. Mesmo assim, não bate a CBR. E o novo motor de 999,8 cm3 de 178 cv (cavalos) é o mais fraco dos três -a Suzuki tem 185 cv, e a Yamaha, 189 cv.

A vencedora
A Honda é mais linear e entrega muito torque (força) até 13 mil rpm, quando uma luz indica o início da faixa vermelha. Comparada às rivais também "injetadas", a CBR parece ter injeção direta de gasolina, e as outras, quatro carburadores.
Melhor ainda em baixos giros. A 4.000 rpm, uma válvula do pequeno escapamento se abre, e o ronco fica mais encorpado. É como se, de repente, uma outra moto emparelhasse, e os sons se fundissem.
Era mesmo preciso, pois esse ronco a R1 sempre teve. O que não diz tudo. "A R1 é fraca em baixa rotação", opina Scudeler. Corano faz coro. "É manca."
Talvez por isso ela tenha sido a mais lenta em todas as provas. Na velocidade máxima, estagnou em 274 km/h, enquanto as outras duas brigavam nos 285 km/h e marcavam 299 km/h.
O xeque-mate da Honda é o preço. Cotada em dólar (US$ 31.980), sai por R$ 53 mil, cerca de R$ 7.000 a menos que as rivais. Com sorte, a diferença compra o seguro e um macacão de couro. Acredite: você vai precisar. (FABIANO SEVERO)


As motos foram cedidas para avaliação pelas montadoras

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092


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