São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

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Em aulas exclusivas, mulher conhece bê-á-bá técnico

MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Equilibrar-se em duas rodas parece fácil. Haja visto o número de motoqueiros que, todos os dias, ultrapassam os carros em alta velocidade, acionando buzinas e cruzando a cidade em uma velocidade só conseguida por automóveis em estradas.
Mas, ao tentar pilotar uma moto pela primeira vez na vida, em um curso só para mulheres promovido pela concessionária da Honda STR Motos (www.strmotos.com.br), o maior medo que senti foi o de cair.
O primeiro desafio foi técnico: eu achava que os freios ficavam no guidão, como na da minha Caloi Ceci com cestinha. Mas a moto tem um freio traseiro, que é acionado pelo pé.
O freio dianteiro, que é proibido tocar nas auto-escolas e no exame do Detran, segundo o instrutor David Albuquerque Teixeira, fica na mão direita.
"Um absurdo", na opinião dele. "O que pára a moto é o freio dianteiro, proibido de ser usado nos exames." O mais engraçado foi descobrir que aquilo que na mão esquerda parecia um freio, era a embreagem.

Aula prática
Depois de aprender a teoria, desde a partida até a fazer curvas, fomos para a pista.
O instrutor explicou novamente todos os passos para ligar a moto e partir. Para me deixar com mais segurança, ele ficou ao meu lado e disse para eu ligar a moto -que deve estar em ponto neutro-, recolher o "pezinho", apertar a embreagem e, como no carro, acelerar e soltar a embreagem.
"Até parece", pensei. No carro, estamos protegidos por portas, vidros e cinto de segurança; na moto, só por um capacete.
Fiz o que ele mandou: deixei um pé no chão, como se fosse a rodinha da minha Ceci, e fui. Na primeira tentativa, eu soltei a embreagem rápido demais e acelerei com tudo, quase atropelando o instrutor.
Ele, bem humorado, disse que é assim mesmo, que é comum acontecer. Mas, para não matar mais ninguém de susto, fui bem mais devagar. A moto morreu na metade do caminho.
Nem tão rápido, nem tão devagar, consegui andar em linha reta. "Olha para a frente", gritou o instrutor. Concentrada no traçado do chão, não percebi que estava quase no muro.
Depois de 20 minutos andando, quase caindo, deixando a moto morrer, olhando para baixo e para a frente, consegui andar sozinha e até colocar a segunda marcha e fazer curvas.
Senti que, para me tornar uma motociclista, teria de praticar arduamente. O medo ainda não passou, mas, por alguns breves segundos em que ousei acelerar um pouquinho, percebi o que fascina os pilotos.


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