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De cara nova, TR4 supera sua primeira intempérie
Jipinho da Mitsubishi mantém tanto valentia como desconforto do modelo anterior; o preço subiu 3%
FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A ITU
Só pode ter sido assombração. Justamente no momento
em que Reinaldo Muratori, engenheiro-chefe da Mitsubishi,
apresentava a terceira geração
do TR4 como a "reencarnação"
do modelo anterior, resolveu
cair um toró em Itu, na quarta-feira. A chuva inundou a trilha
preparada para a imprensa
experimentar o jipinho reestilizado e mais potente.
Dentro do galpão onde acontecia a conferência, dava para
ouvir a chuva bombardeando o
telhado, o que fazia aumentar a
tensão entre os organizadores
do evento. Afinal, lamaçal assusta até uma marca que já venceu o rali Paris-Dakar.
O que era para ser apenas o
batismo do primeiro TR4 desenhado no Brasil também se
transformava na cerimônia da
primeira comunhão.
O Mitsubishi mais vendido
do país teria que honrar a tradição e mostrar por que é comercializado exclusivamente com
tração 4x4.
Antes, melhor conferir as
mudanças estéticas. "Igual ao
carro lançado em 2002, só o teto e as dimensões externas",
adianta Muratori.
Mas, olhando o TR4 de um
ângulo que abrange apenas a
traseira e a lateral, parece que é
a fotocópia reduzida do Land
Rover Freelander 2.
Clonaram até as lanternas
translúcidas e as pequenas saídas no para-lamas, que, no Mitsubishi, servem para refrescar
os 7 cv extras do motor 2.0
"flex" (140 cv).
Mas quando se encara o veículo, não restam dúvidas de
que se está diante do jipinho
"japonês", mesmo com a adição
de novos para-choque, grade do
radiador e faróis.
Trator
Como a chuva não dava trégua, uma poça ia se formando
ao redor do TR4 ao relento.
Parecia que ele só esperava a
situação piorar para mostrar
por que não suporta ser comparado com o Ford EcoSport
4WD (R$ 63.605).
Basta engatar a tração 4x4
com reduzida para que o Mitsubishi pense que é trator: sequer "dança" sobre o barro, e a
suspensão recalibrada absorve
bem as imperfeições do piso.
O problema é que, quando
volta para o asfalto, o jipinho
continua achando que é um
trator. O barulho do motor acima de 100 km/h incomoda e
não há muito conforto a bordo.
Nem o pacote que inclui toca-CDs com Bluetooth e regulagem de altura do volante
amenizam o perrengue.
Mas, por R$ 68.990 (versão
com ABS e airbag duplo), o TR4
ainda custa quase 20% a menos
que o Suzuki Grand Vitara.
A Mitsubishi cedeu o TR4 para avaliação
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