São Paulo, domingo, 27 de setembro de 2009

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De cara nova, TR4 supera sua primeira intempérie

Jipinho da Mitsubishi mantém tanto valentia como desconforto do modelo anterior; o preço subiu 3%

FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A ITU

Só pode ter sido assombração. Justamente no momento em que Reinaldo Muratori, engenheiro-chefe da Mitsubishi, apresentava a terceira geração do TR4 como a "reencarnação" do modelo anterior, resolveu cair um toró em Itu, na quarta-feira. A chuva inundou a trilha preparada para a imprensa experimentar o jipinho reestilizado e mais potente.
Dentro do galpão onde acontecia a conferência, dava para ouvir a chuva bombardeando o telhado, o que fazia aumentar a tensão entre os organizadores do evento. Afinal, lamaçal assusta até uma marca que já venceu o rali Paris-Dakar.
O que era para ser apenas o batismo do primeiro TR4 desenhado no Brasil também se transformava na cerimônia da primeira comunhão.
O Mitsubishi mais vendido do país teria que honrar a tradição e mostrar por que é comercializado exclusivamente com tração 4x4.
Antes, melhor conferir as mudanças estéticas. "Igual ao carro lançado em 2002, só o teto e as dimensões externas", adianta Muratori.
Mas, olhando o TR4 de um ângulo que abrange apenas a traseira e a lateral, parece que é a fotocópia reduzida do Land Rover Freelander 2.
Clonaram até as lanternas translúcidas e as pequenas saídas no para-lamas, que, no Mitsubishi, servem para refrescar os 7 cv extras do motor 2.0 "flex" (140 cv).
Mas quando se encara o veículo, não restam dúvidas de que se está diante do jipinho "japonês", mesmo com a adição de novos para-choque, grade do radiador e faróis.

Trator
Como a chuva não dava trégua, uma poça ia se formando ao redor do TR4 ao relento.
Parecia que ele só esperava a situação piorar para mostrar por que não suporta ser comparado com o Ford EcoSport 4WD (R$ 63.605).
Basta engatar a tração 4x4 com reduzida para que o Mitsubishi pense que é trator: sequer "dança" sobre o barro, e a suspensão recalibrada absorve bem as imperfeições do piso.
O problema é que, quando volta para o asfalto, o jipinho continua achando que é um trator. O barulho do motor acima de 100 km/h incomoda e não há muito conforto a bordo.
Nem o pacote que inclui toca-CDs com Bluetooth e regulagem de altura do volante amenizam o perrengue.
Mas, por R$ 68.990 (versão com ABS e airbag duplo), o TR4 ainda custa quase 20% a menos que o Suzuki Grand Vitara.



A Mitsubishi cedeu o TR4 para avaliação


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