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Antecipar-se ao IPI não garante desconto
Data da entrega do carro define se a isenção vale para quem comprar até o dia 30, antes do reajuste de 1,5%
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O preço do carro novo vai subir cerca de 1,5% a partir de
quarta-feira (30). Será o primeiro de quatro reajustes mensais equivalentes programados
até dezembro, quando finda o
desconto do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
concedido pelo governo para
incentivar as vendas do setor.
No entanto, nem toda compra fechada neste mês é garantia de isenção de aumento.
Como o valor do IPI é calculado com base na data da nota
fiscal, emitida na entrega do
veículo, qualquer carro retirado a partir de outubro poderá
vir reajustado, mesmo que a
encomenda tenha sido feita antes. Algumas lojas, no entanto,
prometem prorrogar o desconto e absorver o aumento.
"Se o carro entrar em produção antes de outubro, conseguiremos manter a redução,
mesmo que a fábrica entregue
o veículo só no mês seguinte",
afirma Guilherme Kogan, gerente da VW Itavox.
Outra concessionária que
apostará na manutenção dos
preços para atrair clientes é a
Da Vinci. "Como o repasse de
1,5% está dentro da margem de
negociação, é possível que em
certos casos ele seja absorvido
pela loja", diz o supervisor de
vendas José Maria Silva.
Populares em falta
Para evitar surpresas, o consumidor deve pedir à concessionária que discrimine o valor
do IPI no contrato, diz Valéria
Cunha, assistente do Procon.
No caso de um carro de R$ 25
mil, o aumento de 1,5% do IPI
elevaria o seu preço em cerca
de R$ 320 a partir de outubro.
Segundo a Anfavea (associação
de fabricantes de veículos), cada ponto percentual do IPI
equivale a 0,85% do preço sugerido pela fábrica, pois incide sobre o valor de produção.
A quatro dias do reajuste,
nem todos os modelos são encontrados para pronta entrega.
De acordo com lojistas, o estoque de "populares" em versões
de entrada, por exemplo, já foi
quase todo liquidado.
O consumidor deve atentar
também para o financiamento.
"Se o juro for maior do que 2%,
o benefício obtido com a redução do imposto será em vão",
calcula o professor de economia da FEA-USP (Faculdade de
Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade
de São Paulo) Keyler Rocha.
(RICARDO RIBEIRO)
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