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COMPACTO
Citroën ganhou apenas três cavalos com o combustível alternativo, o que não faz diferença no seu desempenho
Única diferença do C3 Flex é usar álcool
DA REPORTAGEM LOCAL
Por três anos, o
C3 foi o patinho
feio da Citroën. A
expressão não se referia ao visual, mas
ao baixo volume de
vendas, que teimava em não passar de 700 unidades mensais.
Para enterrar esse estigma, a fábrica nacionalizou o motor 1.4,
ação que diminuiu seus prejuízos.
Investiu também em propaganda
e "tabelou" o carro num preço
promocional de R$ 34.950. Com
novos valores, o C3 tornou-se
mais belo ao consumidor. Atualmente, cerca de 1.400 unidades
são emplacadas mensalmente.
O plano ambicioso segue, agora
com o motor 1.6: ficou flexível ao
preço de R$ 42,4 mil, um aumento
de 2%. Vale lembrar que, há dois
anos, o presidente da Citroën dizia que carros bicombustíveis
eram como um "pato, que voa,
anda e nada, mas faz tudo malfeito". Rendeu-se, porém, aos números que provam que o cliente
quer escolher álcool ou gasolina.
A Folha e o Instituto Mauá de
Tecnologia levaram para pista o
C3 1.6 Flex. Testado com álcool, o
desempenho, ao contrário do esperado, foi pior que com gasolina
-apesar de o motor de 110 cv (cavalos) render 3 cv a mais com o
derivado da cana-de-açúcar, ambos a 5.600 rpm. O torque (força)
é de 14,5 kgfm (com gasolina) ou
de 15,8 kgfm (álcool) a 4.000 rpm.
A explicação para o baixo desempenho com o álcool está na
taxa de compressão, que foi mantida. "Foi uma escolha da Citroën", afirma Fábio Ferreira, gerente de desenvolvimento de produto da Bosch, que desenvolveu o
sistema bicombustível.
Independentemente do combustível, o condutor terá, nas acelerações, um desempenho muito
próximo. Para ir de 0 a 100 km/h,
o C3, com álcool, leva 11,28s. É
apenas 0,28s mais ligeiro que com
o derivado de petróleo. Com o
mesmo motor, o Peugeot 206 1.6
Flex leva, com álcool, 10,77s para
concluir a missão.
E, se o desejo for mais facilidade
ao fazer ultrapassagens, recomenda-se que o motorista do C3 gaste
alguns centavos a mais e abasteça
com gasolina. Com esse combustível, o C3 demora 8,83s para levar
o ponteiro de 40 km/h para 80
km/h. Com o combustível "verde", o tempo sobe para 10,72s. Se
o ar-condicionado estiver ligado,
a espera é de 11,23s.
Apesar do desempenho mais
fraco, é de se esperar que o condutor opte pelo álcool ante a gasolina. Afinal, ele gasta menos ao
abastecer, mesmo com o consumo mais alto. Com o derivado da
cana-de-açúcar, o C3 faz, na cidade, 7,3 km/l, contra 10,2 km/l na
estrada. (LUCAS LITVAY)
FICHA TÉCNICA
Citroën C3 Flex
Motor: dianteiro, transversal,
quatro cilindros em linha, 16
válvulas, 1.587 cm3 de cilindrada
Freios: a disco ventilado na
dianteira; a disco na traseira
Suspensão: dianteira
independente, tipo McPherson;
traseira com braços oscilantes
Dimensões: 3,85 m de
comprimento; 1,68 m de largura;
1,52 m de altura; 2,46 m
de entreeixos
Peso: 1.075 kg
Porta-malas: 305 litros
Preço: R$ 42,4 mil
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