São Paulo, domingo, 27 de dezembro de 2009

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Como poupar combustível

Teste exclusivo revela que dosar o acelerador pode economizar cerca de R$ 450 por ano

Flávia Lopes/Folha Imagem
Ford Focus acaba de ganhar novo motor Sigma 1.6 e já encara o teste Folha-Mauá

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Viajar com a família nas férias é garantia de palpites sobre como dirigir. Um avô, por exemplo, com anos de carteira, aconselha a andar mais devagar para poupar combustível.
Os controlados têm sua parcela de razão, revela um teste exclusivo feito pelo IMT (Instituto Mauá de Tecnologia) à pedido da Folha.
O Ford Focus e seu novo motor Sigma 1.6 foram cobaias para percorrer trechos urbano e rodoviário de três maneiras diferentes: pressionando pouco o acelerador (como o motorista "casquinha"), depois usando a metade do curso e, por fim, pisando totalmente.
Os dados indicam que quem pisa menos no acelerador economiza até 15% de combustível (veja os números à direita).
Considerando que o álcool tem preço médio de R$ 1,57 o litro em São Paulo, de acordo com a ANP (Agência Nacional de Petróleo), o motorista pode economizar até R$ 455 se rodar 15 mil quilômetros por ano, média registrada pelo Detran.
Com o acelerador todo pressionado e exigindo mais trocas de marcha, o carro rende 1 km/l a menos na cidade.
"Com o pedal em plena carga, é injetado muito combustível, mas nem tudo é queimado", explica Eduardo Tomanik, coordenador da comissão de motores da SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade).
"O motor não trabalhará de maneira eficiente porque haverá aumento da temperatura da câmara de combustão e mais consumo de combustível para o processo de resfriamento."
O "casquinha" e o "normal" empatam no consumo urbano (7,7 km/l). O pé leve, porém, também é condenado.
"O acelerador pouco pressionado gera muita restrição à entrada de ar no motor e não queima com eficiência o combustível", diz Tomanik.
Apesar das restrições, o estilo "casquinha" é tentador. Além de empatar na cidade, rende mais na estrada, na comparação com o "normal".
"É uma diferença pequena e, na estrada, a marcha selecionada influencia mais que a aceleração. O carro anda melhor com o giro do motor próximo ao torque máximo", aconselha.
Em geral, o pico de torque dos motores aspirados e com oito válvulas está próximo de 3.000 rpm; em motores 16V, sobe para 4.500 rpm. Quer dizer que, em quinta marcha e a 120 km/h, um motor 16V tende a consumir menos que um 8V.

Óleo
"Muitos motores com injeção eletrônica continuam injetando combustível mesmo quando o motorista para de acelerar [em descidas de serra, por exemplo]", explica Ricardo Bock, professor de engenharia mecânica da FEI (Fundação Educacional Inaciana).
Outro fator que influencia no consumo é o óleo lubrificante do motor. Segundo o engenheiro químico Pedro Nelson Belmiro, especialista em lubrificantes automotivos, óleos com viscosidade mais baixa (5W 30) ajudam na economia de combustível.
"Óleos mais finos oferecem menos resistência ao movimento do pistão", diz Belmiro.


A Ford cedeu o Focus para teste

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br

0/xx/11/4239-3092



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