São Paulo, domingo, 27 de dezembro de 2009

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Só a Nissan acreditou no CVT "flex"

DA REDAÇÃO

Difícil apontar um erro da Nissan. Foram vários: 1) Demorou a acreditar no potencial do Brasil e chegou tarde; 2) preferiu focar em picapes e utilitários 4x4 e ignorou um grande mercado de hatches e sedãs; 3) quando acordou, trouxe o Sentra antigo, um dos sedãs mais feios já produzidos nos anos 2000.
A geração do Sentra mostrada nesta página veio em 2007. Precisava abandonar a pecha de táxi no México e conquistar o casal jovem dos EUA.
Daí os toques de 350Z aqui e acolá. Faróis longilíneos, vincos no capô, lanternas transparentes.
A japonesa também foi uma das poucas a investir pesado no câmbio CVT (continuamente variável). Há polias que criam inúmeras combinações de marcha, fornecem torque alto já a 2.000 rpm e rotações baixas em "overdrive" (velocidade cruzeiro).
A força do motor 2.0 fica clara nos aclives da Dutra. Há mais disposição para ultrapassar e subir do que seus rivais Civic (140 cv) e Corolla (136 cv), ambos com motores 1.8 16V.
Só a Nissan também acreditou no câmbio CVT para motores bicombustíveis. A Honda desistiu: disse que era caro demais investir no CVT do Fit para que rodasse com álcool.
Mas a Nissan pode pagar o preço da ousadia. Primeiro porque, como só ela tem o CVT nos sedãs, o cliente pensa duas vezes em depositar suas fichas numa decisão minoritária.
Segundo: o consumo com álcool não tem sido bom. No teste Folha-Mauá, não baixou de 6,8 km/l na cidade. É marca de motor 2.0 de Peugeot/ Citroën, os piores e mais beberrões dos flexíveis.
Por último, a imagem desconhecida da Nissan empaca as vendas do Sentra (a partir de R$ 53 mil). Até novembro, foram só 5.424 unidades. É o que Civic e Corolla vendem em um mês bom cada um -e partindo de R$ 60 mil.
O Sentra só está à frente de Mégane, Bora e 307 Sedan, três defuntos que esqueceram de enterrar. (FS)


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