São Paulo, domingo, 27 de dezembro de 2009

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Mercosul e UE estudam livre comércio

Cristina Kirchner convoca líderes para negociar carros sem taxa com a Europa

FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A PACHECO (ARGENTINA)

Na apresentação da Amarok, a primeira picape média feita pela Volkswagen, quem roubou a cena foi a presidente argentina, Cristina Kirchner.
Ela prometeu "impulsionar as negociações para o livre comércio entre Mercosul e União Europeia". As discussões entre os blocos não evoluem desde a última tentativa, em 2004.
Entre as propostas está a redução do Imposto de Importação para veículos europeus exportados para Argentina e Brasil, hoje taxados em 35%.
Os carros do Mercosul também teriam isenções para serem competitivos na Europa.
Na verdade, o empenho de Cristina Kirchner tem cunho político. Com baixos índices de popularidade, ela acredita que o acordo favorecerá a economia argentina em crise. A indústria automotiva daquele país, por exemplo, está com quase um quarto da capacidade ociosa.
As tratativas bilaterais estão programadas para começar em janeiro, quando a Argentina assumirá a liderança do Mercosul. Na União Europeia, a Espanha será a próxima no rodízio semestral à frente do bloco.
O presidente espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, adiantou que vai discutir também com outros países.
Segundo o Itamaraty, o importante é o diálogo ser retomado. Os blocos, porém, mantêm divergências, como a questão dos subsídios agrícolas, defendida pelos europeus.

Cotas
Ainda na fábrica da VW, em Pacheco, Kirchner convocou o presidente argentino da montadora, Viktor Klima, para ajudá-la a traçar um plano específico para o setor automotivo.
As negociações entre os blocos, segundo o executivo, rumam para o sistema de cotas. No Mercosul, 60 mil carros europeus poderiam ser comercializados anualmente sem Imposto de Importação -ou 2% da produção regional.
Em 2009, o mercado brasileiro importará cerca de 450 mil carros (15% do total) -270 mil virão de México, Argentina, ou Uruguai sem taxas, segundo o acordo bilateral com o Brasil.


O jornalista viajou a convite da Volkswagen


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