|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mercosul e UE estudam livre comércio
Cristina Kirchner convoca líderes para negociar carros sem taxa com a Europa
FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A PACHECO (ARGENTINA)
Na apresentação da Amarok,
a primeira picape média feita
pela Volkswagen, quem roubou
a cena foi a presidente argentina, Cristina Kirchner.
Ela prometeu "impulsionar
as negociações para o livre comércio entre Mercosul e União
Europeia". As discussões entre
os blocos não evoluem desde a
última tentativa, em 2004.
Entre as propostas está a redução do Imposto de Importação para veículos europeus exportados para Argentina e Brasil, hoje taxados em 35%.
Os carros do Mercosul também teriam isenções para serem competitivos na Europa.
Na verdade, o empenho de
Cristina Kirchner tem cunho
político. Com baixos índices de
popularidade, ela acredita que
o acordo favorecerá a economia
argentina em crise. A indústria
automotiva daquele país, por
exemplo, está com quase um
quarto da capacidade ociosa.
As tratativas bilaterais estão
programadas para começar em
janeiro, quando a Argentina assumirá a liderança do Mercosul. Na União Europeia, a Espanha será a próxima no rodízio
semestral à frente do bloco.
O presidente espanhol, José
Luis Rodríguez Zapatero,
adiantou que vai discutir também com outros países.
Segundo o Itamaraty, o importante é o diálogo ser retomado. Os blocos, porém, mantêm divergências, como a questão dos subsídios agrícolas, defendida pelos europeus.
Cotas
Ainda na fábrica da VW, em
Pacheco, Kirchner convocou o
presidente argentino da montadora, Viktor Klima, para ajudá-la a traçar um plano específico para o setor automotivo.
As negociações entre os blocos, segundo o executivo, rumam para o sistema de cotas.
No Mercosul, 60 mil carros europeus poderiam ser comercializados anualmente sem Imposto de Importação -ou 2%
da produção regional.
Em 2009, o mercado brasileiro importará cerca de 450
mil carros (15% do total) -270
mil virão de México, Argentina,
ou Uruguai sem taxas, segundo
o acordo bilateral com o Brasil.
O jornalista viajou a convite da Volkswagen
Texto Anterior: Só a Nissan acreditou no CVT "flex" Próximo Texto: Diesel empurra Amarok "flex" para 2011 Índice
|