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COMBUSTÍVEL
Três anos depois, flexíveis ainda são fonte de dúvidas
Em média, álcool só compensa se custar até 70% da gasolina
DA REDAÇÃO
Quando a Volkswagen anunciou que passaria a vender um
carro bicombustível, todos ficaram cheios de dúvidas. Passados três anos, as dúvidas continuam. Afinal, é possível usar
gasolina, álcool ou a mistura
dos dois em qualquer proporção como dizem as fábricas?
Em primeiro lugar, o consumidor precisa ter em mente
que o consumo do álcool é
maior que o da gasolina. Um
Fiat Stilo 1.8 registra, em percurso urbano, uma média de 7,3
km/l com álcool e de 11,5 km/l
com o outro combustível. Uma
Renault Scénic 1.6 andará 2 km
a mais por litro se tiver o derivado do petróleo no tanque.
Ainda que psicologicamente
o combustível "verde" seja
mais vantajoso -é possível encher o tanque de um Volkswagen Gol com R$ 75-, ele só
compensará do ponto de vista
financeiro se seu litro custar
70% do valor da gasolina.
Atualmente, vale a pena pedir álcool ao frentista. Segundo
a ANP (Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis), o preço médio do litro da gasolina é de R$ 2,442 na
cidade de São Paulo. O álcool
sai por R$ 1,478, ou seja, a relação entre eles é 0,61.
A única exceção é o Fiat Palio
1.0. Se o motorista dividir o
consumo rodoviário do álcool
(9,3 km/l) pelo da gasolina (15,4
km/l), o resultado será 0,60.
Sempre que a relação de preço
álcool/gasolina for maior que o
fator do carro (a divisão do seu
consumo), a gasolina é mais
vantajosa. Na cidade, porém, é
mais econômico ficar com o
combustível vegetal.
Rabo-de-galo
Engana-se quem pensa que
os carros bicombustíveis são a
legalização do rabo-de-galo, como é conhecida a mistura entre
o álcool e a gasolina. O primeiro
é muito mais corrosivo, por isso
o carro recebe da fábrica um
tratamento para que suas peças
durem mais. O problema é que
o álcool é hidratado, ou seja, ele
tem água em sua composição.
Além disso, o álcool é mais
sujo que a sua concorrente, em
especial no interior do Estado,
onde chega a ser vendido diretamente da usina. Isso dá mais
trabalho ao filtro de combustível -o componente foi reforçado nos modelos flexíveis e teve
seu intervalo de troca reduzido
em até 5.000 quilômetros.
Para evitar problemas, os
mecânicos recomendam que o
motorista use pelo menos um
tanque de gasolina a cada 5.000
quilômetros rodados com álcool. Depois, é possível voltar
ao derivado da cana-de-açúcar.
Isso ajuda a diluir uma possível
borra que a sujeira do combustível tenha formado.
Caso o motorista queira, pode abastecer, sim, com gasolina, álcool ou os dois juntos. É
possível dar partida no motor
independentemente do combustível presente no tanque. O
problema, no entanto, pode
aparecer a longo prazo.
(JOSÉ AUGUSTO AMORIM)
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