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Viril, Camaro pensa estar nos anos 60
Design retrô e falta de equipamentos sofisticados fazem dele o "superesportivo" importado mais barato do mercado
Chevrolet de R$ 185 mil vem equipado com motor V8 de 406 cv, mas não há ajustes de suspensão ou de câmbio
FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A INDAIATUBA
Para os americanos, o exagero sempre foi uma grande
virtude. Ou será que alguém
realmente precisa de um copo com um litro de Coca-Cola
na hora do almoço?
Os "muscle cars" (carros
"musculosos", com motores
grandes e potentes) são o melhor exemplo dessa extravagância ensandecida.
Tanto que, no início dos
anos 60, quando foram criados, quase ninguém se importava com o fato de só conseguirem acelerar em linha
reta -tinham pouca estabilidade em curvas. O Camaro
era um deles, e fez sucesso.
Agora que aprendeu a fazer curvas, o Chevrolet chega
ao Brasil remodelado e cheio
de controles de estabilidade
para domar seus 406 cv.
Até porque, após 44 anos e
cinco gerações, já estava na
hora de ele criar um pouco de
juízo sob as rodas de aro 20.
O ronco vigoroso do motor
6.2 V8 e o visual nervoso, porém, mostram que o esportivo manteve a personalidade
forte, ainda que os mais jovens só o associem ao personagem Bumblebee, carro-astro do filme Transformers.
AUTOESCOLA
Aliás, os 450 clientes que
já encomendaram o modelo
estão entre os nostálgicos. O
volume surpreende até a própria GM, que previa essa venda ao longo de nove meses.
Barato ele não é. Há carros
melhores por R$ 185 mil, mas
nenhum tão viril. Com um V8
de mesma capacidade cúbica, o Mercedes E63 AMG, de
525 cv, sai pelo dobro.
Mas não dá para compará-los, como não dá para comparar um relógio Casio e um
Rolex com a mesma hora.
Bronco, o Camaro desdenha da parafernália eletrônica que abençoa os alemães.
No Chevrolet não há como
o motorista enrijecer a suspensão -enfim independente- ou tornar o câmbio automático mais esperto.
O projetor de velocidade
no para-brisas é a exceção,
enquanto os quatro (dispensáveis) mostradores no console parecem efeito especial
da época da Guerra Fria.
Pior, só a bucólica "ciclovia" que a GM montou em
seu campo de provas, em Indaiatuba (SP), para testar o
Camaro SS, enquanto um
"babá" no banco do carona
limitava a velocidade por ordem da montadora.
Sendo assim, tiram-se
duas conclusões: os enormes
freios Brembo são eficientes
e o esportivo serviria bem como modelo para autoescola.
Vale aguardar uma avaliação
real no teste Folha-Mauá.
O jornalista viajou a convite da GM, que
cedeu o Camaro para (rápida) avaliação
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