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BOLSO
Se respeitar algumas técnicas de condução do veículo, motorista pode economizar um tanque a cada dois que enche
Estratégias reduzem "pit stops" nas férias
LUÍS PEREZ
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS E CONSTRUÇÃO
Aquela "aceleradinha" a mais,
uma marcha esticada por distração ou os vidros abertos em altas
velocidades podem fazer o carro
gastar mais combustível. Pão-durismo? De forma nenhuma.
Levando-se em conta que encher o tanque de um carro compacto custa em média R$ 100 e
que alguns dos cuidados, juntos,
poupam até 50% de gasolina, é
possível afirmar que a cada dois
tanques se ganha um.
"Se você acelerar demais aqui,
vai ter de frear bruscamente lá na
frente. O melhor uso, para economizar, é o constante", aconselha o
mecânico Valdo Gregório de Oliveira, 42, um dos donos da oficina
San Marino, da Aclimação (região
central de São Paulo).
Congestionamentos nas estradas tornam o automóvel mais
"beberrão", além de poluir mais.
Na tortura da ida ao litoral, é preciso pensar duas vezes antes de
desligar o carro, o que só deve ser
feito quando sentir que a parada
será superior a dois minutos.
Nessa hora, deve prevalecer o
bom senso. Ligar e desligar o motor envolve outros componentes,
como bateria e motor de arranque. Não convém desgastá-los à
toa. Ainda em viagens, é necessário ficar de olho no chamado peso
morto -objetos dispensáveis.
Receita
"Toda mulher leva o guarda-roupa inteiro. Por prevenção, em
vez de um vestido só, acabo levando cinco", diz Fernanda Belo da
Cunha, 20, estudante de engenharia, que, filha de engenheiro automobilístico, fala com erudição sobre os vilões do consumo.
Sentencia: "O que faz você gastar é acelerar ou brecar demais. É
preciso não pisar muito e manter
a velocidade constante". Outra dica da estudante é sair de São Paulo
com o tanque cheio. "Na estrada,
eles metem a faca. A gasolina chega a ser até 40% mais cara."
O ar-condicionado está entre os
equipamentos que mais "roubam" energia -e consomem
combustível. "Neste verão, todo
mundo vai ter de ligá-lo", atesta,
pelo calor da última semana, o engenheiro Yasufumi Oki, 58, diretor da General Motors.
Detalhe: se é melhor desligar o
condicionador de ar, imagina-se
que ideal seria abrir os vidros.
Não é. Velocidades mais altas
(acima de 80 km/h) com vidros
abertos significam maior resistência em relação ao ar. Ou seja, o
carro precisa fazer mais "força"
para se deslocar -e gasta mais.
Consumo menor passa por cuidados simples. "Calibrar pneu é
uma coisa bastante trivial", afirma Silvio Figueiredo, 47, chefe do
agrupamento de motores do IPT
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo).
"Se ele roda mais murcho do
que o recomendado pelo fabricante, faz com que o veículo gaste
mais combustível."
Ao volante, Gustavo Luiz Calheiros, 21, estudante de engenharia e um dos responsáveis pelos
testes de automóveis realizados
para a Folha pelo IMT (Instituto
Mauá de Tecnologia) aconselha
rodar sempre com o carro engrenado para não forçar o sistema.
Justamente o que não faz a lojista Erika Zaunrith, 34, adepta da
"banguela" (marcha em ponto
morto) em descidas menos íngremes ou outras situações: "Quando o sinal lá na frente está fechado, coloco na "banguela'".
São tantos detalhes para guardar que há pessoas completamente desencanadas, como a bancária
Daniela Sanitate, 24. "Não me
preocupo com nada disso. Tenho
um Fiesta 1.0. Acho que tanto faz.
Se tivesse um carro gastador..."
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