São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010

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Gol roda 1.119 km e é o único a chegar a Brasília

Fiesta faz 17,5 km por litro de gasolina, mas para a 55 km da capital federal

Hatch da Volkswagen atinge 20,3 km/l, o menor consumo em13 anos de história do teste Folha-Mauá

DO ENVIADO A BRASÍLIA

Com Uno, Clio e Celta fora do desafio, sobra para Gol e Fiesta a façanha de alcançar 1.000 km com um único tanque de gasolina.
O GPS, que registra 945 km percorridos em 19 horas de viagem, mantém aceso o ícone da xícara de café. É um alerta para que o motorista pare e faça uma pausa.
No painel do hatch da Volks, a luz que chama a atenção é a do marcador de combustível, avisando que o tanque já entrou na reserva.
Isso significa que não há mais do que cinco litros.
Mas é o Fiesta que começa a "soluçar" logo após a cidade de Luziânia (GO), distante apenas 55 km de Brasília.
Como medida de segurança, seu motorista já encosta na pista da direita da BR-050 e liga o pisca-alerta.
Imediatamente, o carro de apoio cola na traseira do Ford e faz o corta-luz até ele parar completamente.
Os momentos de pane seca são os mais tensos para a equipe, pois, quando o carro morre, os freios perdem a eficiência e o sistema de direção pode travar.
Outra ameaça é a queima da bomba de combustível e o entupimento do sistema de alimentação do motor.
Agora, sem o Fiesta pelo caminho, o Gol ainda tem de percorrer 55 km para chegar a Brasília. Mal sabe ele que o seu tanque (55 litros) é apenas um litro maior que o do rival da Ford.
O tráfego intenso de caminhões atrapalha uma tocada constante, e a velocidade de cruzeiro passa a oscilar entre 60 km/h e 80 km/h -variações sempre interferem no consumo.

"BEM-VINDO A BRASÍLIA"
Com a capital federal já apontando, pequenina, lá no horizonte, o motorista avisa pelo rádio que o ponteiro do marcador de combustível já está no nível mínimo.
Nesse momento, sua atenção está entre o trânsito à frente e o econômetro -medidor de consumo instantâneo localizado no centro do velocímetro do Gol.
Pela escala, é possível atingir até 30 km/l. O índice, no entanto, só é alcançado quando se pressiona pouco o pedal do acelerador -tipo "casquinha", como dizem os instrutores de direção.
Parte da eficiência do VW, no entanto, vem do bom escalonamento do câmbio de cinco marchas e da carroceria leve -apenas 853 kg.
Enfim, a placa "bem-vindo a Brasília" avisa ao Gol que a missão dos 1.000 km havia sido cumprida. Mas o teste não havia acabado.
Afinal, quanto ele ainda conseguiria percorrer com alguns litros de gasolina?
Ao entrar na avenida do Congresso nacional, o VW perdia rendimento.
Como lá as avenidas não têm acostamento, o motorista reza para que o carro não pare por pane seca.
No fim, o Golzinho ainda tem disposição para rodar 119 km antes de parar e comemorar: é campeão!
(FELIPE NÓBREGA)
As montadoras cederam os carros para teste


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