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São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2003

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PRIMEIRO CARRO

Sem dinheiro para pagar à vista, consumidores elegem o crédito dos bancos das montadoras como a melhor forma de pagamento

Na compra, a pressa é amiga da prestação

WANDA MIRABILE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Na hora de comprar o primeiro carro, é preciso cuidado para não perder dinheiro. Pagar à vista, financiar, entrar em um consórcio ou aplicar o valor?
O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) é hoje a opção mais utilizada -representa 45% das vendas, segundo José Romélio Brasil Ribeiro, diretor da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). As vendas à vista totalizam 37%.
Os bancos das montadoras têm a preferência dos consumidores que usam o CDC -detêm 60% desses financiamentos. Ribeiro afirma que esses bancos levam vantagem. "Vender carros é a vocação deles. Sua função é ajudar a montadora. Por conta disso, oferecem condições melhores."
Segundo ele, o financiamento de automóvel é hoje a modalidade de crédito mais barata do país. O representante da Anef defende que, mesmo com dinheiro disponível, vale a pena financiar quando há promoção de taxas de juros.
Assim, o cliente não ficaria descapitalizado, continuaria com o dinheiro aplicado e recebendo uma remuneração equivalente à taxa do financiamento ou até maior. Ele diz que pode ser mais vantajoso se essa taxa ficar em até 2% ao mês.

Aos 13 anos
Para quem não tem urgência do carro ou pode se programar, existe a opção do consórcio. O sistema responde por 14% das vendas. O prazo mais comum é o de 60 meses, afirma Consuelo Amorim, presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio (Abac).
A cada mês é sorteado um veículo, e um outro pode ser retirado por meio de lance. Um pai pode, portanto, começar a pagar o carro do filho quando ele ainda estiver com 13 anos, para ter o carro quando chegar aos 18 anos.
Apesar das críticas ao modelo, a Abac diz que, se o consumidor optar por investir em poupança, dificilmente conseguirá adquirir o bem desejado porque a remuneração não acompanha o aumento do carro.
Na hora de comprar um consórcio, indague sobre as taxas praticadas. A maioria das empresas cobra de 15% de administração mais o fundo de reserva ou seguro de quebra de garantia.
Outras taxas são opcionais, como seguro de vida e seguro-desemprego. Os vendedores costumam embuti-los nas parcelas sem esclarecer que são opcionais.
O leasing deixou de ser atraente e hoje fica só com 4% das vendas.


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