São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2008

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Com crise financeira, valor de usados cai

Descontos chegam a 20%; quem o usa como parte de pagamento contorna prejuízo vendendo a particular

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A crise econômica derrubou o preço do carro usado. Algumas concessionárias estão pagando menos para aceitar o usado como parte de pagamento do zero-quilômetro, com medo de empatar capital. Na compra do seminovo, porém, a vantagem é de 20%.
O advogado Anderson Martins de Moura, 24, enfrenta dificuldade para trocar seu Ford Fiesta 2005, avaliado em R$ 26 mil há três meses. "Todas as lojas oferecem R$ 20 mil. A explicação é que não conseguem revender por mais de R$ 25 mil."
O vendedor Erasmo Dias, da Carrera Chevrolet, confirma a resistência: "Quase não estamos comprando carros usados, é mais no caso de troca".
O radialista Maurício Martins, 28, também deixou as lojas insatisfeito. "O zero-quilômetro está com desconto, mas oferecem R$ 19 mil no meu Celta 2007, que tem valor de tabela de R$ 24,5 mil."
A dificuldade está nas duas pontas da troca, especialmente se, depois de vender, o cliente financia um carro novo. Segundo o presidente da Assovesp (associação dos revendedores), George Chahade, as financeiras aproveitam o impacto da crise para repassá-lo em proporção maior que a necessária.
"Elas aumentaram arbitrariamente os juros e criaram uma seletividade de crédito absurda. Algumas reduziram o saldo financiado para 50% do valor do veículo e diminuíram o prazo de 42 para 24 meses."
O melhor negócio é vender para um particular, pois aumenta a chance de "lucro". "Com o dinheiro, dê uma boa entrada no zero. Quem tem 40% ou 50% para a entrada do carro novo tem crédito fácil", analisa o economista João Carlos Gomes. (RICARDO RIBEIRO)


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