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Com crise financeira, valor de usados cai
Descontos chegam a 20%; quem o usa como parte de pagamento contorna prejuízo vendendo a particular
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A crise econômica derrubou
o preço do carro usado. Algumas concessionárias estão pagando menos para aceitar o
usado como parte de pagamento do zero-quilômetro, com
medo de empatar capital. Na
compra do seminovo, porém, a
vantagem é de 20%.
O advogado Anderson Martins de Moura, 24, enfrenta dificuldade para trocar seu Ford
Fiesta 2005, avaliado em R$ 26
mil há três meses. "Todas as lojas oferecem R$ 20 mil. A explicação é que não conseguem revender por mais de R$ 25 mil."
O vendedor Erasmo Dias, da
Carrera Chevrolet, confirma a
resistência: "Quase não estamos comprando carros usados,
é mais no caso de troca".
O radialista Maurício Martins, 28, também deixou as lojas
insatisfeito. "O zero-quilômetro está com desconto, mas oferecem R$ 19 mil no meu Celta
2007, que tem valor de tabela
de R$ 24,5 mil."
A dificuldade está nas duas
pontas da troca, especialmente
se, depois de vender, o cliente
financia um carro novo. Segundo o presidente da Assovesp
(associação dos revendedores),
George Chahade, as financeiras
aproveitam o impacto da crise
para repassá-lo em proporção
maior que a necessária.
"Elas aumentaram arbitrariamente os juros e criaram
uma seletividade de crédito absurda. Algumas reduziram o
saldo financiado para 50% do
valor do veículo e diminuíram o
prazo de 42 para 24 meses."
O melhor negócio é vender
para um particular, pois aumenta a chance de "lucro".
"Com o dinheiro, dê uma boa
entrada no zero. Quem tem
40% ou 50% para a entrada do
carro novo tem crédito fácil",
analisa o economista João Carlos Gomes.
(RICARDO RIBEIRO)
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