São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2008

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Ford antecipa lançamento em um ano e entra de cabeça na briga de sedãs médios a R$ 64 mil

Marcelo Justo/Folha Imagem
Focus (à dir.) traz interior bem mais equipado que o do Honda Civic (acima)

FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Ford nunca levou fé no Focus Sedan. Suas vendas engatinhavam e raramente uma concessionária pendurava cartazes para enaltecer as linhas anguladas da escola New Edge.
Agora a história é outra. A palavra de ordem é Kinetic, design da Ford alemã para "aparentar movimento mesmo com o carro parado". Tentaram no Fiesta, conseguiram no Ka e esbanjaram no novo Focus.
Só que, no meio do caminho, há uma pedra de nome Honda Civic. Líder absoluto de um segmento que não pára de crescer desde 2005, ele e o Toyota Corolla ensinaram as americanas a produzir sedã médio.
Alinharam suas plataformas globais e, em menos de seis meses, fabricaram no Brasil o mesmo carro vendido nos EUA.
A Ford daqui correu atrás. Entrou no desenvolvimento do Focus há um ano e meio e lutou para que, além de outras oito fábricas no mundo, ele fosse fabricado em Pacheco (Argentina). Valeu a pena. Em outubro, o Brasil recebe um carro moderno como o europeu, algo raro entre as montadoras daqui.
Moderno para fazer a Ford enfim acreditar no seu sedã, cujas vendas não chegavam à metade das do hatch. Agora devem atingir 70% do "mix" de Focus.
Precisa, porém, superar a fama de ter peças caras argentinas e difícil revenda. Também precisa manter o que havia de bom: o motor 2.0 e o preço.
Na versão GLX com câmbio automático, o Focus sai por R$ 64 mil, R$ 6.000 a menos que o Civic LXS automático.
O motor Duratec de bloco de alumínio continua bom, mas agora tem de carregar o peso da modernidade. São 145 cv (cavalos) -2 cv a menos que o do Focus 2.0 antigo com câmbio manual. Eles não fazem milagre.
Automático, seu desempenho no teste Folha-Mauá ficou entre o do Civic 1.8 16V abastecido com álcool e com gasolina. Aliás, o Focus só beberá álcool daqui a um ano. Até lá, a Honda continuará bolando uma maneira de vender seus 5.000 Civic por mês, ao menos três vezes a pessimista meta da Ford.


Os carros foram cedidos para teste pelas montadoras

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092


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