Marcas esportivas e torcedores correm atrás do passado

ARQUIVO FOLHA IMAGEM-SELEÇÃO BRASILEIRA 1958

A seleção brasileira de 58, que conquistou a primeira Copa do Mundo para o Brasil, na Suécia

FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL

Sair para a balada com uma camisa ostentando a inscrição "CCCP" pode ser muito mais estiloso do que usar uma roupa de grife. Pelo menos para os aficionados por futebol. É que, dentro da nova onda retrô, uniformes como o da ex-União Soviética (a sigla CCCP vem do nome do antigo país em russo) viraram artigo de luxo, e estão entre os mais visados.
Lojas e fornecedores de material esportivo perceberam a onda e passaram a lucrar com o "velho" com jeito de novo. Para comemorar os 50 anos da conquista do primeiro título brasileiro de Copa do Mundo, no dia 29 de junho, a Confederação Brasileira de Futebol preparou uma edição especial da camisa usada pela seleção na Suécia.
Confeccionado pela Nike, o modelo foi apresentado em janeiro, e está à venda por R$ 250. O uniforme azul inspirado na seleção que viu surgir Pelé tem gola em "V" e detalhes em amarelo nas mangas. Por dentro da gola está a frase "Nascido para jogar futebol".
Pela internet, é possível comprar relíquias ou obter informações de onde encontrar as pérolas no mundo real. O site "Naftalina Futebol Clube" (www.naftalinafc.com.br) vende peças do Corinthians, do Palmeiras e de seleções estrangeiras. Tem linha feminina e entrega em até 15 dias.
A Liga Retrô, em Ipanema, no Rio, produz réplicas de seleções como Camarões (sensação da Copa de 1990) e Zaire (1974), além de times como o Palestra Itália, atual Palmeiras. "Vendemos cerca de 1.200 camisas por mês", diz Marcelo Roisman, diretor de marketing da loja, que também vende pelo site www.ligaretro.com.
Lá, as mais procuradas são a do goleiro soviético Yashin, tido como um dos melhores de todos os tempos, a do Corinthians de 1910, a da Holanda de 1974, a da Itália de 1982 e a do Milan de 1962. De acordo com Roisman, tem quem compre todos os lançamentos, e alguns modelos são sugestões dos próprios clientes. Para a produção das camisas, uma equipe da loja pesquisa em documentos, fotos e até filmes da época.
"Estamos em processo de licenciamento com todos os clubes do Brasil. Muitos têm nos procurado para reproduzir seus uniformes, resgatando a história de seus craques e títulos. Quem sai ganhando é o torcedor", fala Roisman.