São Paulo, sábado, 02 de janeiro de 2010

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MARIA INÊS DOLCI [defesa do consumidor]

MUITA CALMA NAS LIQUIDAÇÕES


Temos de ficar de olho. Muitas vezes, os descontos são sobre preços inflados e não justificam a ida à loja


O MÊS DE DEZEMBRO é único para o comércio. Filas sem fim para as compras de Natal. E, terminada a comemoração, começam as liquidações do que não foi vendido até o dia 25.
Alguns estabelecimentos que não venderam todo o estoque anunciam remarcações de preços, mas temos de ficar de olho. Muitas vezes, são ofertas que não justificam a ida à loja. São descontos sobre preços inflados. Ou em produtos que não interessam ao consumidor, porque, por exemplo, no caso de roupas, são peças marcadas, que fazem parte das coleções da estação e que estarão fora de moda no ano seguinte.
Se você for um comprador compulsivo, daqueles que têm coceira nas mãos para tirar o cartão de crédito da carteira, por favor: vá passear ao ar livre, mas não entre em shoppings ou lojas de rua.
Há, contudo, consumidores que são especialistas em aproveitar promoções. Que reservam parte do dinheiro a ser gasto em compras para esses períodos de liquidação. Bem, sendo assim, sugiro que planejem antes de correr para as lojas. Como?
O primeiro passo é avaliar o tipo de produto que deseja comprar. Há espaço para ele no guarda-roupa, na despensa, nos armários?
Não é só uma questão de lugar para guardar, contudo. É fundamental, também, considerar o preço e as condições de pagamento. Seria um erro e tanto aproveitar uma oferta parcelando seu preço no rotativo do cartão de crédito ou usando cheque especial. Um problema para encarar mensalmente, ao longo de 2010.
Também não é bom comprar uma roupa folgada ou apertada, só porque o preço está ótimo. Especialistas sugerem que devemos evitar cores e padrões exóticos porque, é quase certo, essas peças sobraram nas araras exatamente por essas características. A melhor oferta de roupa é daquela que combina com tudo, e que pode ser usada com e sem agasalhos, no inverno e no verão.
Tecidos como algodão costumam ser mais fáceis de lavar, de passar e de conservar. Leia as etiquetas que indicam como lavar a peça: há casos em que as instruções lembram o conserto de um computador, ou seja, há tantas exigências que aquilo se torna inviável (do gênero lave à mão, envolva em uma toalha etc.).
Aparelhos de alta tecnologia têm de ser bem avaliados. Por exemplo: pode estar em oferta o computador cujo sistema operacional está sendo substituído por outro, mais atualizado. Você tem certeza de que quer investir em uma compra assim?
Brinquedos dependem muito do tipo, da qualidade, da observância às normas de segurança e, claro, do gosto dos futuros presenteados. Após o Natal, ir a uma loja de brinquedos com crianças pode custar caro, muito caro, e sempre há o grande risco de que elas abandonem esses presentes semanas depois.
Também não se justificaria comprar aparelhos de ginástica, roupas especiais e outros equipamentos antes de consultar o médico, para saber se a saúde está em dia, e para perguntar quais as práticas esportivas mais indicadas para você.
Resumindo: calma, muita calma nessa hora!


http://mariainesdolci.folha.blog.uol.com.br



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