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DÚVIDAS ÉTICAS
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O que é melhor para o ambiente: ducha elétrica, aquecimento a gás ou luz solar?
CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL
A energia solar causa menos
impacto ambiental. "Esse tipo
de aquecimento é limpo, barato e não emite gases-estufa",
diz Fernando Prado, 52, professor da Poli-USP. A desvantagem é o alto custo individual
da instalação, que pode sair
por R$ 1.500 para uma casa de
até 120 metros quadrados.
Mas o chuveiro elétrico é o
modo que economiza mais
água. De acordo com uma simulação da Sabesp, um banho
com chuveiro elétrico consome metade da água usada no
sistema de duchas de outros
tipos. "Pela maneira como o
chuveiro é construído, a vazão
dos chuveiros elétricos é bem
menor", diz José Maurício
Martins, 52, gerente do Programa de Uso Racional de
Água da Sabesp.
Outro problema é que o sistema de aquecimento dos modelos a gás e solar fica longe do
ponto de uso, então uma grande quantidade de água flui antes de se atingir a temperatura
mais quente.
Só que, de acordo com a Eletrobrás (Centrais Elétricas
Brasileiras SA), o chuveiro elétrico é o aparelho que mais
consome energia, em média,
nas casas dos brasileiros
-com exceção das regiões
Norte e Nordeste, que apresentam altas temperaturas na
maior parte do ano. Nas outras
regiões, esse tipo de chuveiro
gasta cerca de um quarto de
toda a energia doméstica.
"Na Europa, o aquecimento
da água do chuveiro é feito pela queima de óleo ou de gás.
Não tem chuveiros elétricos,
só aqui no Brasil", diz Eugênio
Pierrobon, 56, gerente de suporte técnico da Comgás. Ele
diz que o aquecimento solar é
o melhor para o ambiente, seguido pelo chuveiro elétrico,
mas argumenta que a energia
elétrica é uma fonte escassa e
que o melhor é substituí-la
quando possível.
Na cidade de São Paulo foi
regulamentada, em janeiro,
uma lei que obriga novas edificações a suprir pelo menos
40% de sua demanda de energia por meio de um sistema de
aquecimento solar próprio. A
medida faz parte de um plano
de redução de emissões de CO2
na capital paulista.
"No Brasil, o chuveiro elétrico é melhor que a ducha a
gás", diz Prado. Isso porque,
explica o professor da Poli,
cerca de 90% da energia gerada no país é hidráulica. Porém
ele afirma que a eletricidade é
uma fonte nobre demais para
virar calor e lembra que, apesar de não gerar CO2, o impacto na construção das barragens das usinas hidrelétricas é
muito grande, afetando não só
o ambiente, mas também a
população que vivia nas áreas
alagadas.
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