São Paulo, sábado, 05 de abril de 2008

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Academia em casa

Manter a forma no conforto do lar pode ser divertido e acessível; o segredo é escolher os equipamentos que não vão virar cabide nem causar lesões

CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL

"Quem não conhece alguém que comprou uma esteira que não tenha virado cabide em casa?", indaga Marcello Lage, 40, diretor de estratégia e novos negócios da Body Systems, que desenvolve cursos para academias. Para ele, a melhor forma de comprar um bom equipamento é ir às academias. "Você conhece vários aparelhos e, se gostar, pode comprar depois".
As atividades lúdicas são as mais procuradas. O curso mais vendido pela Body Systems é o "Bodyvive", que usa elástico e uma bola pequena. Mas é uma bola grande a nova febre do setor, na opinião de Homero Jardim, 32, gerente de musculação da academia Companhia Atlética: a bola suíça (ou terapêutica). "É um equipamento que tem 1.001 utilidades, seja para os sedentários, seja para os mais avançados", afirma. Mas Homero alerta: antes de comprar, é bom ter tido alguma experiência. "Para quem nunca fez exercícios com a bola antes, o abdominal é mais seguro", diz. O mesmo vale para os elásticos. Como têm muitas variações, sem orientação adequada podem contundir.
"Às vezes, um exercício que parece simples pode causar lesões", diz Renato Romani, 36, médico do esporte e professor do Cemafe/Unifesp. Por outro lado, comprar acessórios diferentes pode ser uma boa. "Numa rotina de exercícios, a chave é como você vai organizar sua agenda para usar todos os equipamentos", afirma Romani.
Já com os aparelhos multifuncionais, o risco, segundo Homero, é que eles fiquem encostados. "Se você comprar um multifuncional barato e não usar, o aparelho poderá apresentar problemas quando for usado esporadicamente. E, se o equipamento for muito usado, o problema de desgaste vai aparecer logo", diz. Já na opinião de Lage, o menos recomendado é a esteira, que é cara e tem um custo alto de manutenção. "A melhor opção é a bicicleta ergométrica, que tem menos risco de lesão por não ter impacto".
Para quem começa a malhar em casa, o importante é saber o tipo de atividade que mais agrada. "De 200 pacientes meus que compraram aqueles abdominais da TV, dez usam o aparelho todo dia. O resto nem sabe onde está", conta Romani. "Se uma pessoa gostava de pular corda na infância, ótimo. É um acessório barato, que traz muitos ganhos de resistência muscular", diz Homero.
Outro segmento que cresce bastante nesse mercado é o de equipamentos de auto-avaliação. "É uma tendência a pessoa administrar o próprio processo de saúde", afirma Romani. Equipamentos de medição de freqüência cardíaca, de pressão e de nível de gordura corporal são itens importantes para uma rotina de exercícios mais segura. "Com esses equipamentos, a pessoa vai ter dados dela mesma e vai aprender com o próprio corpo", diz o médico.
Para os que querem perder peso, o coordenador geral da área técnica da academia Bio Ritmo, Sérgio Gelotti, 31, recomenda bicicletas ergométricas com vários níveis de resistência. Já para os iniciantes, tanto Homero quanto Romani recomendam uma avaliação física com um especialista para decidir pelo acessório mais adequado para cada caso.


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