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Academia em casa
Manter a forma no conforto do lar pode ser divertido e acessível; o segredo é escolher os equipamentos que não vão virar cabide nem causar lesões
CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL
"Quem não conhece alguém
que comprou uma esteira que
não tenha virado cabide em casa?", indaga Marcello Lage, 40,
diretor de estratégia e novos
negócios da Body Systems, que
desenvolve cursos para academias. Para ele, a melhor forma
de comprar um bom equipamento é ir às academias. "Você
conhece vários aparelhos e, se
gostar, pode comprar depois".
As atividades lúdicas são as
mais procuradas. O curso mais
vendido pela Body Systems é o
"Bodyvive", que usa elástico e
uma bola pequena. Mas é uma
bola grande a nova febre do setor, na opinião de Homero Jardim, 32, gerente de musculação
da academia Companhia Atlética: a bola suíça (ou terapêutica). "É um equipamento que
tem 1.001 utilidades, seja para
os sedentários, seja para os
mais avançados", afirma. Mas
Homero alerta: antes de comprar, é bom ter tido alguma experiência. "Para quem nunca
fez exercícios com a bola antes,
o abdominal é mais seguro",
diz. O mesmo vale para os elásticos. Como têm muitas variações, sem orientação adequada
podem contundir.
"Às vezes, um exercício que
parece simples pode causar lesões", diz Renato Romani, 36,
médico do esporte e professor
do Cemafe/Unifesp. Por outro
lado, comprar acessórios diferentes pode ser uma boa. "Numa rotina de exercícios, a chave
é como você vai organizar sua
agenda para usar todos os equipamentos", afirma Romani.
Já com os aparelhos multifuncionais, o risco, segundo
Homero, é que eles fiquem encostados. "Se você comprar um
multifuncional barato e não
usar, o aparelho poderá apresentar problemas quando for
usado esporadicamente. E, se o
equipamento for muito usado,
o problema de desgaste vai aparecer logo", diz. Já na opinião
de Lage, o menos recomendado
é a esteira, que é cara e tem um
custo alto de manutenção. "A
melhor opção é a bicicleta ergométrica, que tem menos risco
de lesão por não ter impacto".
Para quem começa a malhar
em casa, o importante é saber o
tipo de atividade que mais agrada. "De 200 pacientes meus
que compraram aqueles abdominais da TV, dez usam o aparelho todo dia. O resto nem sabe onde está", conta Romani.
"Se uma pessoa gostava de pular corda na infância, ótimo. É
um acessório barato, que traz
muitos ganhos de resistência
muscular", diz Homero.
Outro segmento que cresce
bastante nesse mercado é o de
equipamentos de auto-avaliação. "É uma tendência a pessoa
administrar o próprio processo
de saúde", afirma Romani.
Equipamentos de medição de
freqüência cardíaca, de pressão
e de nível de gordura corporal
são itens importantes para uma
rotina de exercícios mais segura. "Com esses equipamentos, a
pessoa vai ter dados dela mesma e vai aprender com o próprio corpo", diz o médico.
Para os que querem perder
peso, o coordenador geral da
área técnica da academia Bio
Ritmo, Sérgio Gelotti, 31, recomenda bicicletas ergométricas
com vários níveis de resistência. Já para os iniciantes, tanto
Homero quanto Romani recomendam uma avaliação física
com um especialista para decidir pelo acessório mais adequado para cada caso.
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