Em clima de Olimpíada, artigos chineses invadem as lojas de Nova York

GISELA RAO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nova York parece um daqueles caleidoscópios que a gente torce para um lado e para o outro e o desenho nunca fica igual. É minha sexta viagem à Grande Maçã e posso dizer que a cada vez me surpreendo mais.
Acabei de descobrir, por exemplo, que o melhor hambúrguer da América está num quase porão, num hotel "chiquetésimo" chamado Le Parker Meridien (na rua 57 com a Quinta Avenida). E o mais curioso é que os engravatados de Wall Street se acotovelam para garantir o seu sanduíche macio e saboroso pela bagatela (mesmo!) de US$ 7.
Não sei se tem a ver com a proximidade das Olimpíadas em Pequim, mas durante minha visita de alguns dias topei com coisinhas chinesas incríveis. Se você acha, como eu, que a China vai muito além do frango xadrez, aproveite sua estada em Nova York para fazer um três em um. Comece pelo Asia Society, um museu totalmente "low profile", mas que joga um bolão com exposições de arte oriental e uma lojinha de fazer qualquer discípulo de Buda sair correndo da meditação para comprar livros divinos sobre a cultura chinesa (a partir de US$ 20), acessórios de jade, peças de bronze e potinhos para perfume pintados à mão.
Depois, passe pela lojinha do MoMA, onde o infusor de chá em bastão de aço cromado é o cara (US$ 24). Como tiro de misericórdia, desembeste pela Broadway até o número 477 e entre numa loja exótica chamada Pearl River. Se você ainda tiver crédito no seu cartão depois de passar pelo primeiro andar -recheado de coleções de chás, luminárias, conservas e roupas de seda e algodão puríssimo-, vá ao andar de baixo, que tem variedade de dragões, sapatos, tintas coloridas de nanquim, almofadas e zilhões de fofuras nem sempre úteis. Ah, sim, quando pagar a conta no caixa, entre no clima e emita um sonoro "cheche ni" que, em chinês, significa "muito obrigado"!