São Paulo, sábado, 05 de julho de 2008

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DÚVIDAS ÉTICAS

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Entre embalagem longa vida e PET, qual prejudica menos o ambiente?*

CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL

"As duas têm o mesmo impacto", diz Elizabeth Teixeira, 43, diretora do programa USP Recicla. Ela afirma que ambas são totalmente recicláveis, mas têm o mesmo problema: dificuldade para serem reaproveitadas pela indústria. Para Elizabeth, o ideal é reduzir o consumo e dar preferência a garrafas de vidro.
A vantagem da embalagem longa vida é que a maior parte de sua composição (75%) é papel, de fonte renovável, e o PET é derivado de petróleo. Mas a primeira tem uma composição mais complexa, com camadas de plástico (20%) e alumínio (5%). "No PET, o material é puro. É mais fácil de reciclar que o longa vida", diz o físico Rogério Parra, do laboratório de embalagens do IPT.
Os fabricantes, porém, afirmam que não há dificuldades para reciclar. "Hoje existem 30 recicladoras no Brasil. O processo é simples: é um liquidificador que separa o papel do plástico e do alumínio", diz Fernando von Zuben, 44, diretor de meio ambiente da Tetra Pak. "A garrafa precisa ser lavada, separada e moída. Só depois é derretida para virar outro material, usado especialmente na indústria têxtil", diz Hermes Contesini, 45, responsável pelas relações com o mercado da Abipet (Associação Brasileira da Indústria do PET). Contesini diz que 53% das garrafas plásticas são recicladas. Já para as embalagens longa vida, a proporção é de 25,5% do total produzido.
De acordo com von Zuben, esse número poderia ser maior. Ele diz que a indústria recicla 50 mil toneladas de caixas por ano, número que poderia chegar a 80 mil toneladas. "Há pouco material. O cidadão precisa separá-lo para a coleta seletiva", diz von Zuben. Para Contesini, falta melhorar o sistema de coleta seletiva. "Além disso, o consumidor tem que mudar o hábito de jogar as garrafas no lixo comum. Essa é a dificuldade de todas as embalagens", afirma.

*pedido do leitor
Pergunta enviada por Marcela Amâncio , S. João da Boa Vista, SP


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