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DÚVIDAS ÉTICAS
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Entre embalagem longa vida e PET, qual prejudica menos o ambiente?*
CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL
"As duas têm o mesmo impacto", diz Elizabeth Teixeira,
43, diretora do programa USP
Recicla. Ela afirma que ambas
são totalmente recicláveis,
mas têm o mesmo problema:
dificuldade para serem reaproveitadas pela indústria. Para Elizabeth, o ideal é reduzir o
consumo e dar preferência a
garrafas de vidro.
A vantagem da embalagem
longa vida é que a maior parte
de sua composição (75%) é papel, de fonte renovável, e o
PET é derivado de petróleo.
Mas a primeira tem uma composição mais complexa, com
camadas de plástico (20%) e
alumínio (5%). "No PET, o
material é puro. É mais fácil de
reciclar que o longa vida", diz o
físico Rogério Parra, do laboratório de embalagens do IPT.
Os fabricantes, porém, afirmam que não há dificuldades
para reciclar. "Hoje existem
30 recicladoras no Brasil. O
processo é simples: é um liquidificador que separa o papel
do plástico e do alumínio", diz
Fernando von Zuben, 44, diretor de meio ambiente da Tetra
Pak. "A garrafa precisa ser lavada, separada e moída. Só depois é derretida para virar outro material, usado especialmente na indústria têxtil", diz
Hermes Contesini, 45, responsável pelas relações com o
mercado da Abipet (Associação Brasileira da Indústria do
PET). Contesini diz que 53%
das garrafas plásticas são recicladas. Já para as embalagens
longa vida, a proporção é de
25,5% do total produzido.
De acordo com von Zuben,
esse número poderia ser
maior. Ele diz que a indústria
recicla 50 mil toneladas de caixas por ano, número que poderia chegar a 80 mil toneladas.
"Há pouco material. O cidadão
precisa separá-lo para a coleta
seletiva", diz von Zuben. Para
Contesini, falta melhorar o sistema de coleta seletiva. "Além
disso, o consumidor tem que
mudar o hábito de jogar as garrafas no lixo comum. Essa é a
dificuldade de todas as embalagens", afirma.
*pedido do leitor
Pergunta enviada por Marcela
Amâncio , S. João da Boa Vista, SP
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