Marca americana de eletrodomésticos "de design" abre loja em São Paulo; batedeira básica custa R$ 1.600

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A KitchenAid é uma marca americana de eletrodomésticos hi-tech que acaba de abrir uma loja na Gabriel Monteiro da Silva, aquela rua de "Mônaco" perto da Faria Lima. Cercada de espelhos d'água e jardins de seixo rolado branco, e guardada por um segurança que abre a porta para você e te chama de madame, a loja exibe na vitrine um trio de batedeiras que reluzem orgulhosamente sobre displays altos, como se fossem peças de cristal Baccarat, criações de Issey Miyake ou alguma obra de arte.
O lugar de destaque se explica: as batedeiras são uma das peças-chave da marca. Foi por causa das já então múltiplas utilidades da tataravó dos modelos atuais que a KitchenAid ganhou esse nome, algo como "ajuda na cozinha", nos anos 50. As novas custam R$ 1.600; acopladas a acessórios vendidos à parte, cortam massa de macarrão, moem carne, batem sorvete, ralam e picam vegetais.
Quem explica é uma moça simpática, mas não muito interessada e/ou apta a detalhar as vantagens que poderiam justificar o preço deste e de outros itens da marca, como a geladeira cromada de R$ 15 mil e a frigideira de R$ 500. Deve haver algumas; tanto que a loja inclui, entre os serviços que oferece a quem compra, atendentes que vão à casa da pessoa explicar como usar os eletrodomésticos.
"São produtos de design", a moça tenta. E, diante de minha cara de interrogação: "De decoração, para exibir numa bancada bonita. Trabalhamos com o conceito de cozinha completa". Se você, por sua vez, trabalha com o conceito de cozinha eternamente incompleta, a diversão possível pode estar na bancada de utensílios de inox e silicone, que custam de R$ 80 a R$ 150.
Ou nas famílias de panelas de Teflon com tampa de vidro, leves e com desenho lindo; os conjuntos de dez ou 12 custam cerca de R$ 2.000, e dão um presente espetacular de casamento, principalmente quando a vaquinha for envolver o escritório inteiro.