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Alta temporada de furtos em lojas
Ocorrências aumentam no fim de ano; problema atinge da padaria da esquina à grife de luxo
IRENE RUBERTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Loja cheia com o movimento
de fim de ano, vendedores atendendo vários clientes ao mesmo tempo e, de repente, aquela
peça sobre o balcão... sumiu.
Tanto a padaria da esquina
quanto a butique sofrem com
os furtos, problema que piora
com a proximidade do Natal.
Os setores de perfumaria de
supermercados e drogarias são
os mais visados. "Lâminas de
barbear e protetores solares
são os campeões mundiais de
furto", diz Luiz Fernando Dias
Sambugaro, diretor da Gateway Security, multinacional
que fornece sistemas de segurança para lojas.
Nas drogarias, os campeões
são medicamentos com boa
procura no comércio informal,
como Viagra. Nas casas de material de construção, os setores
mais visados são o de metais e o
de ferramentas. Aparelhos de
DVD, celulares e computadores são os mais procurados nas
lojas de eletrônicos.
Para inibir a ação dos ladrões,
os lojistas têm investido principalmente em câmeras de monitoramento e etiquetas eletrônicas. Na Fnac, os objetos em exposição ficam presos por cabos
de aço. "Se o cabo for cortado,
um alarme dispara na central",
explica Marco Aurélio Moschella, diretor de organização, sistemas e informações.
"Nossos seguranças só abordam um cliente quando há
110% de certeza de que houve
um furto", diz Moschella. Comprovado o delito, a empresa
chama a polícia. Já foram flagrados jovens carentes, jovens
ricos, universitários, senhoras
e cleptomaníacos.
Estratégias
As táticas são as mais variadas. Uma muito comum é passar pelo caixa com um produto
de preço bem menor, como um
ventilador, e esconder na embalagem algo de maior valor,
como um laptop.
As lojas também são vítimas
de quadrilhas que agem até por
encomenda. "No Norte, havia
um grupo de moças que recebia
salário mensal para furtar lojas", conta Sambugaro.
As quadrilhas são formadas
por dois ou três integrantes.
Enquanto um deles, geralmente malvestido, distrai o segurança, outro, discreto e bem-vestido, aproveita para agir.
Em lojas de roupas, a estratégia é pedir para ver muita coisa
e furtar algo da pilha que se formou em cima do balcão. Ou levar várias opções ao provador e
sair com algumas por baixo da
roupa. As roupas íntimas são as
preferidas nessa modalidade.
Hoje o varejo no Brasil tem
prejuízo de R$ 4,4 bilhões por
ano com furtos externos e internos (praticados por funcionários), segundo Patrícia Vance, coordenadora do Grupo de
Prevenção de Perdas do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de
Administração (Provar-FIA).
Os furtos feitos por clientes e
por funcionários representam
38,10% das perdas registradas
pelo comércio, de acordo com
pesquisa realizada pelo Provar-FIA. O valor médio de um produto roubado por clientes no
Brasil é de R$ 153,53, enquanto
nos EUA é de US$ 344 (cerca de
R$ 590). "O foco no comércio
americano atualmente é o crime organizado no varejo", diz.
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