São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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A arte de comprar arte

É só vencer a cerimônia com o espaço da galeria e circular pelas exposições para descobrir que há trabalhos artísticos para todos os bolsos e gostos. Veja as idéias para conquistar a sua primeira obra

Tuca Vieira/Folha Imagem
Exposição "Divisas", de Silvia Velludo, na galeria Virgílio, em São Paulo

LÍGIA MESQUITA
EDITORA-ASSISTENTE DO VITRINE

Pode parecer ingênuo, mas o primeiro desafio a ser vencido por quem tem vontade de comprar arte é atravessar a porta de uma galeria. Entrar, olhar, perguntar, se informar. Não tem problema dizer "estou só olhando", porque o foco desse tipo de negócio é atrair olhares para as obras e seus artistas.
O que deixa muita gente com um pé atrás é a cerimônia em relação a esses espaços. "Há um pudor, uma timidez. As pessoas não têm coragem de entrar em galerias, acham sofisticado", observa o artista plástico Paulo Pasta. O diretor da Fortes Vilaça, Alexandre Gabriel, tem a mesma opinião. "As pessoas se sentem intimidadas" .
O mercado vem se expandindo. Em São Paulo, mais de 15 galerias abriram suas portas nos últimos 20 anos. "Hoje há mais procura", diz Eduardo Brandão, sócio da galeria Vermelho. "Os jovens estão se acostumando a comprar arte. Antes havia a idéia de que era coisa de velho", diz Baixo Ribeiro, sócio da Choque Cultural.
As galerias atendem, em sua maioria, a demanda de quem já acompanha o circuito. Para quem não é do meio e não sabe por onde começar, existe a idéia de que é preciso muito dinheiro. O que não é verdade. Assim como em outros setores, há opções para todos os bolsos, e uma obra de arte pode custar o preço de um jeans de grife.
Freqüentar exposições é fundamental para quem não está acostumado. "Na Vermelho aparece bastante gente que não conhece arte, que começa a freqüentar e perguntar. Tem um caminho, não é entrou e comprou", diz Brandão. "Quem é o artista, onde expôs e quem é a galeria são perguntas a serem respondidas. Há um circuito de legitimação do artista, que passa por museus, galerias, exposições", diz Gabriel.


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