São Paulo, sábado, 08 de março de 2008

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MARIA INÊS DOLCI
[defesa do consumidor]

COMO NÃO ESVAZIAR SEU BOLSO


Teremos eleições em outubro, e serão esses políticos que tornarão seu bolso mais ou menos vazio.


CONTINUA ABERTA a temporada de caça ao dinheiro do consumidor brasileiro, que é também o contribuinte, pois tem alguma renda. Mal chegados das férias ou dos feriadões de final de ano, já fomos massacrados pelo IPTU, pelo IPVA, pelo material escolar... Agora, chegou a vez da dentada do "leão" do Imposto de Renda.
É por isso que temos de valorizar cada centavo que chega aos nossos bolsos. Uma das formas de fazer isso é exigir que os bancos cumpram a determinação do Banco Central e adotem o Custo Efetivo Total (CET), a unificação de todas as taxas visíveis e invisíveis cobradas de empréstimos em geral. De posse do CET, compare o custo do dinheiro, antes de colocar sua assinatura em um empréstimo.
Também acompanhe o noticiário político, por mais chato que pareça, e talvez mais apropriado a outra editoria, a de Polícia. Por quê? Porque teremos eleições em outubro, para prefeituras e câmaras de vereadores. Serão esses políticos que, eleitos, votarão novos impostos, taxas e contribuições. E que modificarão alíquotas dos já existentes.
Ou seja, eles tornarão seu bolso mais ou menos vazio. Portanto, informe-se muito bem sobre as propostas desses senhores e senhoras, para não votar em "arrecadadores", em vez de em "administradores" da coisa pública.
Também temos que cobrar o uso correto daquilo que nos é extorquido (a expressão é essa, lamentavelmente) pelo IPTU e pelo IPVA.
Na última terça-feira pela manhã, São Paulo, que já tem um trânsito caótico, absurdo, desumano, sofreu um apagão que desativou semáforos em diversas regiões da cidade. Isso acarretou acidentes, lentidão, riscos inaceitáveis em cruzamentos de ruas e avenidas.
Um leitor que se dirigia para Moema percorreu toda a avenida República do Líbano e não viu nenhuma autoridade do trânsito para reduzir a bagunça que se seguiu ao apagar das luzes. Chamados de "marronzinhos", os fiscais são onipresentes na hora de multar, mas não chegaram com rapidez necessária aos cruzamentos sem sinalização.
Sabemos que as vendas de automóveis batem todos os recordes, o que é muito bom para a economia brasileira, gerando empregos, desenvolvimento e arrecadação.
Mas não há qualquer restrição à construção de prédios em escala alucinada, em bairros como a Vila Pompéia, em São Paulo.
Ora, se um bairro tradicionalmente povoado de casas abriga, agora, prédios e mais prédios, terá milhares de veículos a mais. Sem que tenha sido construída uma rua, uma avenida, um túnel, uma ponte ou seja lá o que for.
Quando você compra um carro, leitor-consumidor, paga impostos que representam quase 40% do preço total. Isso dificulta a compra de um carro com mais tecnologia e conforto, em função do preço hipertrofiado por impostos.
É por isso que, mais chato do que ler sobre política e sobre políticos, é votar no escuro e ser garfado novamente na próxima gestão da sua prefeitura e da legislatura da Câmara Municipal de sua cidade.

http://mariainesdolci.folha.blog.uol.com.br


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