São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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Olha o passarinho!

O teste das câmeras digitais

A Folha comparou o desempenho de seis máquinas portáteis; confira as características de cada uma

TONI PIRES
EDITOR DE FOTOGRAFIA

O mínimo que se espera de alguém que, como eu, trabalha com fotojornalismo há mais de 20 anos, é que saiba indicar uma máquina fotográfica a um amigo. Mas fotojornalistas usam câmeras profissionais, são íntimos das robustas, diferentes dessas portáteis com as quais passei dez dias.
Primeiro susto: somadas as seis máquinas de última geração, não pesam nem metade do equipamento que um repórter fotográfico carrega. Sonho de fotógrafo é ter o máximo no mínimo. As pequenas notáveis cumprem esse papel.
A primeira providência foi ler os manuais. Não me decepcionei: todos ensinam a base para obter uma boa foto. O mais completo dos seis é o do modelo da Kodak (Easyshare M863). O mais simples, nem por isso pior, é o da Mirage Prince: enxuto e direto.
Por falar da Mirage, um parêntese: essa marca sem muito apelo para brasileiros tem uma vantagem. O modelo testado tem uma pequena memória interna de 32 MB, que pode "salvar a vida" de quem esquece de levar cartão-reserva ou, como a gente diz na redação, daquele fotógrafo que tem "dedo pesado" e vai clicando tudo. Quando chega a hora de apagar as velinhas, cadê espaço para mais uma foto? Pois essa memória "salva a vida", embora a máquina não tenha lentes de qualidade excelente.
Instalei o software de todas as câmeras, cliquei em diferentes situações de luz, transferi arquivos, enfim, fiz o que pude para avaliar a praticidade dos modelos. Todas as imagens foram descarregadas no mesmo computador, usando os programas das próprias câmeras.
Bem, na seqüência do meu breve namoro com as pequenas, desprezei a resolução anunciada pelo fabricante. Hoje, os tais dos megapixels determinam a decisão de compra de um futuro fotógrafo. Isso é importante, mas menos do que a publicidade gosta de martelar. Vale o "conjunto da obra".
Primeiro você deve responder algumas perguntas: "o que quero fotografar?", "o que vou fazer com as fotos?", "em que tamanho máximo vou ampliá-las?", "vou levar a câmera para todo lado ou só em viagens?".
Depois de responder com sinceridade, pode decidir melhor. Se não vai ampliar imagens em papel, em tamanho superior a 30 x 40 cm, não precisa investir em arquivo gigantesco.
O segundo passo é avaliar o conjunto de lentes, o tipo de CCD, que é a alma da câmera. É nele que quase tudo começa. Também é fundamental verificar flashes, recursos automáticos e manuais e consumo de baterias. Outro ponto é o tipo de cartão usado na câmera. O modelo da Olympus, por exemplo, exige cartão xD, com preço pouco competitivo.


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