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O "TELEFONE ESPERTO" TROCADO EM MIÚDOS
Antes de ceder à tentação da hora, compare aparelhos e planos e veja se você precisa mesmo de um iPhone
DÉBORA MISMETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A coisa mais difícil de fazer
com um iPhone é telefonar: até
falar com alguém você passa
por mais etapas do que em um
celular comum. Transferir arquivos por conexão sem fio
Bluetooth é impossível. Mas
pouca gente liga para esses "detalhes". A mania de iPhone tem
deixado consumidores do
mundo todo hipnotizados com
o design, a tela sensível ao toque e a interface cheia de ícones "fofinhos", que balançam
quando são mudados de lugar.
O arquiteto Renato Pimenta,
34, foi "convertido" a iPhonemaníaco em uma viagem aos
Estados Unidos. "Eu não queria
comprar, achava uma chatice.
Mas peguei um nas mãos e não
deu para resistir. Fiquei mexendo nos mapinhas, nas fotos", diz. Na época, o iPhone
não era vendido no Brasil. O arquiteto pagou US$ 399 pelo
modelo da primeira geração
(antes do 3G) e desbloqueou o
aparelho com a ajuda de sites
que ensinam a "hackear" o celular. Se antes Pimenta trocava
de telefone toda hora, agora diz
que só vai substituir o iPhone
por outro. Só não pretende gastar a quantia necessária para
um modelo 3G, por enquanto.
O preço (entre R$ 899 e
R$ 2.599, dependendo do plano
da operadora) tem sido motivo
dos maiores protestos contra o
aparelho da Apple. Não que os
similares sejam baratos. Mas,
enquanto os outros modelos
que acessam internet e tocam
música -os chamados smartphones- parecem calculadoras científicas desajeitadas, o
iPhone é desenhado para ser
objeto de desejo.
O esforço de comprar o telefone fora do Brasil, por um preço menor, não vale a pena no
caso do novo modelo 3G. Só
moradores dos EUA podem
comprar o iPhone com 8 gigabytes de memória por
US$ 199 (R$ 480), mas ainda
precisam assinar um contrato
de dois anos com a operadora
AT&T e pagar no mínimo
US$ 69,90 por mês. O total de
gastos, ao final do contrato, é de
US$ 1.878 (R$ 4.305). O único
jeito de comprar lá e usar aqui
sem quebrar regras seria comprar pré-pago, ainda não disponível nos EUA. Em Hong Kong,
a Apple vende o pré-pago desbloqueado por US$ 600
(R$ 1.444), só para moradores.
Os blogs sobre tecnologia
têm aproveitado os preços altos
do iPhone e a corrida às lojas
para espinafrar o aparelho.
Caiu no site Google Discovery
um quadro comparativo entre
um iPhone e um chuchu. Para o
criador da brincadeira, a única
vantagem que o telefone tem
sobre o vegetal é a "touch
screen". No resto, o celular se
iguala em todos os quesitos:
não funciona como rádio, não
permite expansão de memória,
não se conecta com outros aparelhos via Bluetooth, e é bem
mais caro que o chuchu.
O blogueiro Maddox, do "The
Best Page in the Universe"
(maddox.xmission.com),
gastou um bom espaço para esculhambar o iPhone com xingamentos impublicáveis. Fez
até um cartoon de si mesmo
abraçando seu Nokia E70, que
roda programas mais úteis, na
opinião dele.
Colaborou CYRUS AFSHAR, da Reportagem
Local
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