São Paulo, sábado, 12 de dezembro de 2009

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IDEIAS RECICLADAS

Conheça as opções para evitar o "pinheiricídio"

Árvore costuma ir para o lixo depois da festa, diz paisagista; veja espécies que também podem ser usadas e duram muito mais

KIKE MARTINS DA COSTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A árvore de Natal representa a vida, a ligação entre o Céu e a Terra, a renovação da esperança. Mas será que, nestes tempos em que preservação do ambiente é palavra de ordem, vale a pena tirar um pinheirinho da floresta só para decorar a sala na época da festa?
"O pior é que, quando chega o Dia de Reis, no início de janeiro, a grande maioria dos pinheiros vai parar no lixo ou na rua, como sucata", diz o agrônomo e paisagista Marcelo Faisal.
Como as árvores sintéticas não agradam a todo mundo, e também não são lá a alternativa mais correta (leia texto ao lado), vêm surgindo opções para evitar o "pinheiricídio".

Galhos secos
A florista Helena Lunardelli, que tem um ateliê de arranjos e decoração no bairro paulistano de Pinheiros (onde, ironicamente, quase todas as árvores dessa espécie foram exterminadas nas últimas décadas), adota outras variedades de plantas para a decoração de Natal.
"O uso de pinheirinhos é uma tradição importada dos países do hemisfério Norte e não tem nada a ver com a nossa cultura", diz.
Ela prefere dar novo uso a plantas que morreram naturalmente, já secas, mas que mantêm sua estrutura de galhos e ramos. "Para que fiquem mais interessantes, pinto-as de branco ou dourado", conta. Jabuticabeiras e fícus estão entre as suas preferidas para a decoração de fim de ano.
O paisagista Marcelo Faisal, dono de um viveiro na zona oeste, sugere grumixamas, criptomérias, kaizukas, buxinhos, tuias e camélias, que resistem melhor do que os pinheiros e se integram bem à decoração das casas nos demais meses do ano, não só nas festas.
Quem não abre mão da tradição pode encontrar pinheirinhos de 1,5 metro na Ceagesp, nas manhãs de terça e sexta-feira, por R$ 35.
Já na Floricultura Glorinha, que fica no bairro Cidade Jardim, um pinheiro de três metros custa cerca de R$ 900.
Veja ao lado outras espécies para usar como árvore de Natal, e onde comprá-las.

Criptoméria
Também chamada de cedro do Japão, essa é uma variedade de pinheirinho que tem ramos e folhas irregulares e rarefeitas. Cresce rápido. Nas floriculturas da av. Doutor Arnaldo, um exemplar com altura entre 1,5 m e 2 m custa cerca de R$ 100.

Camélia
Arbusto com formato piramidal, o pé de camélia se presta à montagem de árvores de Natal e ornamenta a casa em outras épocas do ano. No Viveiro Santa Cruz, uma planta com 1,7 m de altura custa cerca de R$ 100.

Kaizuka
É uma espécie de cipreste, de aspecto escultural. Seus ramos são compactos e ficam sempre juntos ao tronco, o que é ideal para quem não tem muito espaço. A forma retorcida de seus galhos lembra a de um suspiro. Um vaso com uma planta de mais ou menos 2 m custa cerca de R$ 520 na Tatuapé Garden.

Tuia
É a planta do momento da decoração de Natal. Tem um verde vibrante e folhagem miúda e cheia. Um vaso pequeno custa de ?R$ 14,90 a R$ 28,90 no Pão de Açúcar. Na feira de flores da Ceagesp, um vaso com uma planta de 1,8 m de altura custa R$ 60.

Buxinho
O Buxus sempervirens é certamente a planta predileta de Eduardo Mãos de Tesoura. Com sua folhagem densa, é ideal para a arte da topiaria, a escultura de plantas. Para o Natal, um buxinho no formato cônico pode custar de R$ 70 a R$ 150 na Ceagesp. No Uemura Flores, ali pertinho, custa um pouco mais, mas a variedade de formas e tamanhos é maior.

Grumixama
Nativa da Mata Atlântica, a grumixama ou grumixameira (Eugenia brasiliensis) tem formato piramidal. Sua florada ocorre de setembro a novembro e, na sequência, ela dá pequenos frutos redondos e roxos. São uma alternativa bem brasileira para um arranjo natalino. Se estiver dando frutos, nem precisa ser decorada. Na Chácara Morumbi, um pé com 1,6 m de altura custa R$ 180.


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