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Luxo só
É duro ser babá de bilionário
Empresa inglesa especializada em vender mordomias exclusivas
e realizar caprichos absurdos de gente endinheirada promete
abrir uma filial em São Paulo
DÉBORA MISMETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os ricos podem tudo. Quem
discorda precisa conhecer a
Quintessentially. A empresa,
baseada na Inglaterra, se define
como um "concierge", ou mordomo, global. O cardápio de
serviços vai desde a elaboração
de roteiros de viagens feitos sob
medida até a realização de desejos bizarros, como a construção de uma batcaverna na casa
de um cliente. O negócio deles é
baseado no princípio de que,
pagando, os ricos podem tudo.
O fundador da Quintessentially, Aaron Simpson, esteve
em São Paulo no início do mês
para falar aos empresários do
mercado de luxo, na conferência temática Atualuxo, e deu
entrevista à Folha, por telefone, antes de desembarcar no
país. Ele diz que a empresa funciona como um clube: os membros pagam anuidades (até
US$ 50 mil pela mais completa), que dão direito a aproveitar
serviços exclusivos em todos os
mais de 50 países em que a rede está presente.
Um dos itens mais populares, segundo Simpson, são as
viagens em esquema privê. "É
como ter um melhor amigo em
qualquer lugar. Nosso clientes
são bem cuidados, sabem onde
devem se hospedar, comer. Fazemos questão de que fiquem
bem informados", afirma.
Mas a parte mais interessante da Quintessentially é a realização dos desejos excêntricos
de seus membros. A lista de pedidos atendidos incluem a
construção de uma sala secreta
semelhante à batcaverna, por
um orçamento de 7 milhões de
libras (cerca de R$ 20 milhões),
e a organização de uma festa de
aniversário dentro de um jato
particular rumo a Marraquesh.
Ao gosto do Prince
Emergências também estão
no pacote. Um cliente que esqueceu as calças risca-de-giz
para usar com seu fraque recebeu outro par perfeito, bem a
tempo para não perder uma
festa no palácio de Buckingham. As celebridades também
não perdem o bonde: a equipe
de Simpson achou uma casa toda decorada de roxo para uma
visita do cantor Prince a Londres. Nada mais que a obrigação, para quem tem clientes
com US$ 30 milhões em saldo
de investimentos, segundo
Simpson. "Existem pessoas que
economizam moedinhas para
comprar uma bolsa. Nossos
clientes podem arcar com o tipo de vida que servimos", diz.
As marcas das bolsas mencionadas pelo diretor da Quintessentially já perceberam o
poder da oferta de serviços exclusivos. Simpson tem como
clientes corporativos Cartier,
Armani, Jaguar e Gucci. Consumidores preferenciais dessas
marcas podem usar serviços
como viver uma semana em
uma missão no estilo James
Bond, por meio da Quintessentially. "Nosso trabalho ajuda
nas medidas antifalsificações
que as grifes de luxo estão implementando. Não podemos
ser copiados", diz Simpson.
De fato, não há muita gente
que vende mordomias malucas
como o "Quintessentially Secure": neste caso, o afortunado
paga para ser treinado por ex-policiais em técnicas anti-seqüestro, e ser raptado e resgatado. "Alguns vêem como diversão, outros fazem porque
viajam para áreas de risco".
Em cerca de três meses, os ricos brasileiros vão ter uma filial
da Quintessentially em São
Paulo, segundo disse seu fundador. O empresário tem aproveitado a onda de enriquecimento nos mercados emergentes. Abriu, recentemente, um
escritório em Mumbai, na Índia. "Lá são criados mais bilionários por mês do que em qualquer país do mundo. Como é
tudo recente, eles ainda estão
inseguros quanto ao status de
sua riqueza", diz Simpson. Ele
afirma que os bilionários indianos não conseguem usufruir os
privilégios da vida boa. Para resolver isso, lá está a Quintessentially, para abrir as portas
das maravilhas exclusivas.
Quanto ao Brasil, ele diz não
conhecer muita coisa, mas dá
seu palpite. "Acho que vocês sabem aproveitar bem a vida."
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