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CRÍTICA DE LOJA
[questão de gosto e opinião]
TUDO DE MÉDIO
Megapapelaria apenas sugere fartura de escolhas
TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Diz o site que Kalunga é
"tudo de bom" em banto,
dialeto africano. Não duvido, mas também não concordo. Com tanto espaço e
tanto endereço, a megaloja
de itens para escritório, escolares e adjacências poderia ser mesmo a papelaria
dos sonhos do consumidor
-aquela onde se acham opções pelo menos ótimas de
tudo o que se precisa e de
tudo o que não se precisa.
Na prática, porém, a onipresente Kalunga não vai
muito além de quebrar
bem um galho, com surpresas ocasionais em setores
específicos.
Há algo de frustrante nas
lojas da rede. Organizadas
como supermercados, com
gôndolas sinalizadas que
anunciam de canetas a fitilhos, sugerem uma fartura
de opções que, afinal, não
se materializa. Na temporada de caça ao material escolar, a filial da Vila Leopoldina oferecia quantidades
industriais de um único
modelo de caderno universitário de capa lisa, em
meio a desenhos japoneses
e garotas de biquíni. E nem
se aprofundando na "baciada" de estojos dava para
pescar uma alternativa ao
tedioso modelo de náilon,
em rosa com corações (meninas) ou preto com motivos jiu-jítsu (meninos).
Em se tratando de itens
de papelaria, a carência
crônica de opções de bom
gosto, bom design e bom
preço -que dirá inventivas- não começa nem termina na Kalunga. À exceção de marcas sacudidas
como Conffetti, Lumi e
Maped, todas à venda na
rede, a indústria brasileira
de papelaria acredita mais
em "enfeitar" do que em
aprimorar ou renovar.
Ainda assim, a loja poderia investir em uma seleção
diferenciada de itens como
agendas, "mouse pads" e
organizadores, dos quais
vende, há anos, os exatos
mesmos. Em vez disso, tem
preferido expandir a oferta
para um espectro peculiar
de áreas "correlatas", incluindo material de limpeza e "artigos para "coffee
break'".
Em meio às estranhas
gôndolas que resultam do
"mix", contendo bombons,
sacos de lixo e Listerine,
restam ao consumidor a
boa seleção de papéis especiais, plásticos e envelopes,
a seção de lousas e quadros
brancos, e surpresas como
um estoque consistente do
delicioso incenso indiano
Nag Champa (R$ 9 a caixa),
que anda escasso, e uma
versão moderninha, importada, do velho rotulador
mecânico (R$ 29). Esses,
sim, são "kalunga".
ONDE ENCONTRAR
Kalunga
Tem 40 lojas em São Paulo, interior,
Rio de Janeiro, Belo Horizonte e
Curitiba. Vende on-line no
www.kalunga.com.br
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