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Qual é o seu luxo?
Pesquisa mostra os cinco estágios dos consumidores
de alto poder aquisitivo. Veja em que nível de luxo
você se encaixa
DÉBORA MISMETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A perua coberta de grifes e
jóias é só a base da pirâmide.
Estudo do birô inglês de tendências The Future Laboratory
traça cinco perfis do consumidor de luxo. Esses perfis, construídos a partir de pesquisas,
desenham uma escala de comportamentos e evidenciam o
crescimento daquilo que vem
sendo chamado de "novo luxo".
Tudo começa com o encanto
por grifes e preços altos. "É ostensivo, tudo tem que ter diamantes. É bem Daslu", diz Paulo Al-Assal, diretor da Voltage,
que representa a Future Lab
aqui. Nessa primeira fase está a
maior parte dos ricos na China,
nos países árabes e no Brasil. "A
pessoa pensa: "eu mereço'", diz.
"A marca funciona como senha de entrada para o primeiro
nível do luxo", diz o mercadólogo Ismael Rocha, coordenador
do curso de marketing de luxo
da ESPM (Escola Superior de
Propaganda e Marketing).
No segundo estágio do luxo,
detectado na costa leste dos
EUA e, em emergência, no Brasil e na Rússia, a questão é consumir com conhecimento de
causa. "É o cara que não vai
comprar o vinho de R$ 3.500
para mostrar para os outros.
Ele compra um por R$ 80, porque sabe o que é bom", diz.
Esse consumidor se importa
com qualidade. Também é o
fashionista que conhece moda
e pauta suas compras por suas
informações, não pela marca.
"O relógio desse cara é Panerai,
não Rolex. Ele sabe o que é um
super-relógio", diz Al-Assal.
No terceiro degrau, o consumo é focado em experiências
relacionadas às compras, que
se transformam em estilo de vida. Nesse estágio, presente na
Europa, no Japão e, em fase
emergente, na China e nos
EUA, entram as preocupações
culturais. "A busca é por um
produto artesanal, vintage", diz
Al-Assal. Colecionadores de raridades ilustram o grupo.
O empresário Eduardo Ghelfond, 49, é um exemplo. Coleciona relógios Omega. "Quando
eu tinha 10 anos, o homem pisou na Lua, e os astronautas
usavam um modelo dessa marca", diz Ghelfond. O modelo
Speedmaster, de 1957, motivou
uma coleção de 1.500 peças.
O quarto tipo é o "utópico",
que se preocupa com os valores
da marca. Quando escolhe um
carro, opta por um modelo luxuoso, mas híbrido. Na moda,
procura grifes associadas à sustentabilidade, como a inglesa
Jonh Smedley, que lançou a linha de camisetas "Luxury Redifined", feita de algodão orgânico. Cada peça custa 109 libras
(R$ 353). Esse grupo, presente
na Europa e no Japão, flerta
com o minimalismo e a austeridade. "É um consumo responsável", diz Al-Assal. Até onde o
luxo permite, é claro.
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