São Paulo, sábado, 17 de maio de 2008

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Até onde vai o luxo

Estudo diz que consumidor é 'desprendido' e imune a marcas quando está no topo da pirâmide

DA REPORTAGEM LOCAL

O desprendimento é a principal característica do grupo de consumo de luxo mais evoluído, segundo estudo da agência inglesa de tendências The Future Laboratory, representada no Brasil pela Voltage.
Nesse quinto e último estágio, o consumidor "já ganhou tanto dinheiro que a filantropia pode ser seu luxo", diz Paulo Al-Assal, diretor da Voltage. O fundador da Microsoft, Bill Gates, é um exemplo desse perfil. Em 2000, ele criou a Bill & Melinda Gates Foundation, e doa parte de seu patrimônio para as pesquisas e caridades apoiadas pela instituição.
Com a evolução dos interesses do consumidor de alto poder aquisitivo, vai ficando cada vez mais difícil para a indústria do luxo atrair a sua atenção. A vida dele se volta para paixões muito particulares: se gosta de caminhadas e viagens, por exemplo, pode pesquisar e montar seus próprios roteiros exclusivos, e não há mais pacote de excursão de luxo capazes de seduzi-lo. O hotel cinco estrelas, muitas vezes, é trocado por um refúgio inacessível, não necessariamente caríssimo.
A pesquisa coloca o Brasil no estágio primário do luxo, mas Paulo Al-Assal faz ressalvas à classificação. Segundo ele, o brasileiro que consome supérfluos caríssimos também pode evoluir para um estilo de consumo menos influenciado por publicidade ou moda.
Mudança de comportamento, porém, nunca é rápida, opina Mário René Schweriner, coordenador do núcleo de ciências do consumo da ESPM. "Quem consome luxo no Brasil curte ostentar, e se preza isso, dificilmente vai mudar." (DM)


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