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Até onde vai o luxo
Estudo diz que consumidor é 'desprendido' e imune a marcas quando está no topo da pirâmide
DA REPORTAGEM LOCAL
O desprendimento é a principal característica do grupo de
consumo de luxo mais evoluído, segundo estudo da agência
inglesa de tendências The Future Laboratory, representada
no Brasil pela Voltage.
Nesse quinto e último estágio, o consumidor "já ganhou
tanto dinheiro que a filantropia
pode ser seu luxo", diz Paulo
Al-Assal, diretor da Voltage. O
fundador da Microsoft, Bill Gates, é um exemplo desse perfil.
Em 2000, ele criou a Bill & Melinda Gates Foundation, e doa
parte de seu patrimônio para as
pesquisas e caridades apoiadas
pela instituição.
Com a evolução dos interesses do consumidor de alto poder aquisitivo, vai ficando cada
vez mais difícil para a indústria
do luxo atrair a sua atenção. A
vida dele se volta para paixões
muito particulares: se gosta de
caminhadas e viagens, por
exemplo, pode pesquisar e
montar seus próprios roteiros
exclusivos, e não há mais pacote de excursão de luxo capazes
de seduzi-lo. O hotel cinco estrelas, muitas vezes, é trocado
por um refúgio inacessível, não
necessariamente caríssimo.
A pesquisa coloca o Brasil no
estágio primário do luxo, mas
Paulo Al-Assal faz ressalvas à
classificação. Segundo ele, o
brasileiro que consome supérfluos caríssimos também pode
evoluir para um estilo de consumo menos influenciado por
publicidade ou moda.
Mudança de comportamento, porém, nunca é rápida, opina Mário René Schweriner,
coordenador do núcleo de ciências do consumo da ESPM.
"Quem consome luxo no Brasil
curte ostentar, e se preza isso,
dificilmente vai mudar."
(DM)
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