São Paulo, sábado, 20 de fevereiro de 2010

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GÔNDOLA [conheça melhor tudo que chega aos supermercados]

Vitamina enlatada

Refrigerantes perdem mercado para bebidas saudáveis e correm atrás turbinando suas fórmulas

MALU TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

A tendência de vitaminar os alimentos e bebidas chegou aos refrigerantes. A Coca-Cola lançou no Brasil a Coca Light Plus, substituindo a antiga versão light. Segundo a empresa, uma lata de 310 ml supre 23% das necessidades diárias de vitaminas e minerais de um adulto.
O lançamento da versão vitaminada acompanha o crescimento do consumo de bebidas mais saudáveis, como sucos e águas vitaminadas, e a queda nas vendas de refrigerantes em países desenvolvidos. Dados da Beverage Digest, publicação que monitora esse setor nos Estados Unidos, mostram uma redução de 3% no consumo dos refrigerantes, em 2008.
A Coca Light Plus não é o primeiro refrigerante "aditivado" à venda no Brasil. Há quatro meses, a Ambev colocou no mercado a Sukita Vitaminada. A fórmula da bebida à base de suco de laranja, lançada só aqui, ganhou vitaminas B3, B5, B6 e B9, além de aroma de maçã, mamão e banana.
"Isso é uma tendência mundial. As pessoas estão buscando cada vez mais hábitos saudáveis, e esse movimento, com certeza, inclui a categoria de refrigerantes", diz o gerente de marketing de refrigerantes da AmBev, Sergio Esteves.
De acordo com Luciana Feres, diretora de marketing da Coca-Cola no Brasil, o público-alvo da nova versão inclui as pessoas que não bebem refrigerante porque acham que faz mal à saúde.

Artificial
O produto já é vendido nos EUA, na Inglaterra, na França, na Alemanha, na Bélgica e na Finlândia. Por aqui, o preço sugerido pela Coca-Cola para a nova latinha é de R$ 2, o mesmo da antiga Coca Light, que tinha 40 ml a mais de volume.
Para Paulo Al-Assal, diretor da consultoria de tendências Voltage, é inevitável que as empresas criem produtos com um apelo mais saudável, para atender à demanda, que só cresce. Até porque, entre os consumidores mais preocupados com a alimentação, Al-Assal vê dois tipos distintos: parte deles procura alimentos naturais e orgânicos e outros se importam mais com a eficácia e a praticidade dos produtos. "Para esses, não importa se o alimento é artificial ou industrializado", diz.
Uma pesquisa feita pela consultoria inglesa de tendências The Future Lab, representada no Brasil pela Voltage, mostra que o mercado de alimentos funcionais dobrou nos últimos quatro anos na Inglaterra. Em outros países, como o Japão, já existe até bala que faz bem para a pele e salgadinho que faz bem para o coração.
"É um mercado que ainda está começando aqui no Brasil e que tem grande potencial de estourar. Lá fora, já é uma realidade", afirma Al-Assal.
A Coca-Cola promete lançar produtos semelhantes ao Light Plus no Brasil, mas não revela quais são e nem quando chegam ao mercado.


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