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Consumo vegano
Grupo que amplia o vegetarianismo para além da restrição alimentar já tem mais opções de produtos
MALU TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL
Veganos não comem carne,
não bebem leite, não vestem
couro, não consomem mel nem
tomam remédio. Alguns deixam até de ir ao cinema. Esse
grupo, que vem ganhando mais
adeptos no Brasil, leva o vegetarianismo às últimas consequências, o que, trocado em
miúdos, significa banir do cotidiano todo e qualquer produto
que tenha sido fabricado com
algum tipo de matéria-prima
animal ou testado em bichos.
Essas restrições são coerentes com uma filosofia de vida
que procura evitar o sofrimento ou a exploração dos animais.
Obviamente, os veganos boicotam também atividades como
rodeios, touradas e circo.
Viver sem qualquer coisa de
origem animal não é fácil. Basta
ir às compras para ver a dificuldade: as gôndolas dos supermercados estão cheias de novidades orgânicas, naturais e nutritivas, mas poucas se adequam a todas as exigências do
ultravegetarianismo.
Cosméticos e produtos de
limpeza doméstica veganos são
os itens de uso cotidiano mais
complicados para encontrar,
ou melhor, para classificar se
são, ou não veganos. A glicerina, por exemplo, pode ser de
origem vegetal ou animal, e
nem sempre os rótulos explicitam essa informação.
"O veganismo ainda está bem
atrasado no Brasil, mas há empresas que já informam nos rótulos de vários produtos que
eles não foram testados em bichos e não possuem ingredientes de origem animal", diz a estudante de computação Giulia
Dalle, 20. Ela criou a comunidade virtual chamada SAC Vegano, onde a turma troca informações sobre marcas, alimentos e produtos que podem ou
não ser consumidos.
Caixa-preta
"Os produtos são uma caixa-preta para a gente, principalmente por causa dos nomes
químicos dos ingredientes, indecifráveis", diz Marly Winckler, 55, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira
(SVB), que segue esse estilo de
vida mais restrito há 15 anos.
O termo "vegano" deriva da
palavra vegetariano. É como
"vegan", em inglês, que usa as
primeiras letras e as últimas de
"vegetarian". Essa corrente foi
criada em 1944, na Inglaterra,
por vegetarianos que queriam
se diferenciar daqueles que só
tinham restrições alimentares.
Fundaram a "Vegan Society".
No Brasil, esse modo de vida
começou a ser mais divulgado
na década de 1990, segundo os
seus adeptos. Nos últimos anos,
eles ganharam mais visibilidade com o uso da internet. A rede tem ajudado o grupo na troca de informações sobre quais
as marcas e os produtos que
eles podem ou não consumir.
Nos Estados Unidos, segundo estudo publicado na revista
"Vegetarian Times", há 7,3 milhões de vegetarianos, um milhão dos quais são veganos.
Não há números sobre o
mercado vegano no Brasil. "A
gente deduz que está aumentando pela quantidade de eventos, sites, listas de discussão e
comunidades virtuais sobre o
tema", diz a presidente da SVB.
Se você busca a palavra "vegano" no google, são listadas
434 mil páginas.
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