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depoimento
"Agora, somos quase normais"
THIAGO DE JESUS
DO GUIA DA FOLHA
O pressuposto motivacional
para aderir ao veganismo é a
compaixão pelos animais. Boicotar o sofrimento dos bichos
e combater o "especismo" foram as minhas razões.
O ano era 1997, e as condições para um vegano no Brasil
eram as piores. Não havia nem
ao menos uma marca de leite
de soja industrializado. A partir daí o desprendimento material do paladar se tornou um
exercício exaustivo. Encarar
as refeições como forma de
nutrir, e não como prazer, se
tornou uma revolução pessoal.
Com o passar dos anos, as
indústrias alimentícia, cosmética e de vestuário começaram
a nos enxergar, pobres veganos, com mais carinho. Uma
meia dúzia de marcas de leite
de soja, congelados, enlatados
100% vegetais e restaurantes
voltados aos veganos. Facilidades que nos tornam quase
"normais" na sociedade.
Mesmo assim existem mais
pessoas desistindo do que persistindo nesse estilo de vida.
Dizem que ficam doentes, que
não têm tempo para pesquisar
o que é livre de crueldade e,
ainda, que não resistem à tentação de um queijo derretido.
O desafio de perseverar nessa disciplina inclui conviver
com a curiosidade das pessoas.
Querem saber o que comemos,
como conseguimos viver e por
que aderimos a um estilo tão
radical. A resposta sai em forma de outra pergunta: e você,
por que não aderiu ainda?
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