São Paulo, sábado, 23 de janeiro de 2010

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depoimento

"Agora, somos quase normais"

THIAGO DE JESUS
DO GUIA DA FOLHA

O pressuposto motivacional para aderir ao veganismo é a compaixão pelos animais. Boicotar o sofrimento dos bichos e combater o "especismo" foram as minhas razões.
O ano era 1997, e as condições para um vegano no Brasil eram as piores. Não havia nem ao menos uma marca de leite de soja industrializado. A partir daí o desprendimento material do paladar se tornou um exercício exaustivo. Encarar as refeições como forma de nutrir, e não como prazer, se tornou uma revolução pessoal.
Com o passar dos anos, as indústrias alimentícia, cosmética e de vestuário começaram a nos enxergar, pobres veganos, com mais carinho. Uma meia dúzia de marcas de leite de soja, congelados, enlatados 100% vegetais e restaurantes voltados aos veganos. Facilidades que nos tornam quase "normais" na sociedade.
Mesmo assim existem mais pessoas desistindo do que persistindo nesse estilo de vida. Dizem que ficam doentes, que não têm tempo para pesquisar o que é livre de crueldade e, ainda, que não resistem à tentação de um queijo derretido.
O desafio de perseverar nessa disciplina inclui conviver com a curiosidade das pessoas. Querem saber o que comemos, como conseguimos viver e por que aderimos a um estilo tão radical. A resposta sai em forma de outra pergunta: e você, por que não aderiu ainda?


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