|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRÍTICA DE LOJA [questão de gosto e opinião]
Perdição de patricinha
Loja ambulante de acessórios começa estacionada nos Jardins
TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
É lugar-comum entre consultores de moda dizer que
basta trocar um acessório para mudar o look inteiro. Se o
acessório for um desses que
essa nova loja ambulante vende, é bom que mude tudo
mesmo, já que são altas as
chances de você torrar neles a
verba de um look inteiro.
Se não, vejamos: colete-colar, dizem que para "jogar" sobre a roupa, com babado de
camurça, pedaços de tecido e
barbante de couro, R$ 527;
carteirinha de osso, R$1.364;
nécessaire de tela estampada,
tamanho P: R$ 129.
E por aí vai.
Descrita no material promocional como uma "pop-up
store", ou seja, uma loja que
surge de repente do nada, a
multimarcas de acessórios
Lool funciona em um trailer,
que passará semanas estacionado em pontos diferentes da
cidade e do Estado.
A julgar pelo preço médio
das peças, porém, levará aonde for a lembrança do aluguel
da primeira parada, na esquina da Consolação com a Oscar
Freire. Levará também, o que
é pior, o espírito. Ainda que
inclua acessórios de várias
grifes de cepa moderninha, tipo Isabela Capeto e Chiara
Gadaleta, a seleção da dona da
Lool -a quem a vendedora se
refere como "a Lu", como se
fosse íntima dela e você, mais
íntima ainda- tende àquele
estilo pesadão luxuoso-decadente tão em voga, e há tanto
tempo, no pedaço.
Com exceções, como as peças delicadas de Camila Vicentin, que fazem desenhos
prateados sobre as mãos, e as
pulseiras de couro metalizado
cortadas a laser de Pat Falcão.
No gênero, o mais bacana
que a loja oferece são os colares de pedras brasileiras de
Elisa Stecca, para quem tem
bala, e pelo menos 1,75 m; e
acertos eventuais, ainda que
de preço abusivo, como a bolsinha-baú de plástico com hologramas, da Bagga (R$ 380).
Acessórios são um clássico
da perdição feminina. Sabendo disso, e já que se dispõe a
levar o prefixo "múlti" no subtítulo, a Lool bem que podia
ser menos profunda, total e
exclusivamente patricinha.
ONDE ENCONTRAR
Lool
r. da Consolação, 3.427, Jardins, tel. (11)
3078-4445, São Paulo. Até 13 de junho
Texto Anterior: Entrevista: Não me engana, que eu não gosto Próximo Texto: Dúvidas éticas: O que é melhor para o ambiente: falar no celular ou mandar SMS? Índice
|